Record (Portugal)

EUROPEU DA BOLHA

Prova do Altice Arena, em Lisboa, terá medidas sanitárias exigentes por causa da pandemia

- ALEXANDRE REIS

Pela segunda vez na história, depois de 2008, Portugal vai organizar o Europeu, entre sexta-feira e domingo, no Altice Arena, em Lisboa, mas o desafio da organizaçã­o vai ser muito maior, dado que a prova será realizada em plena pandemia. “O protocolo é bastante exigente por causa da segurança sanitária. A competição envolverá cerca de 700 pessoas, entre atletas, treinadore­s, árbitros, dirigentes, staff e comunicaçã­o social, pelo que todos vão ser inseridos numa ‘bolha’. Mas só após dois testes negativos à Covid-19, com um interregno de 48 horas, e um terceiro teste, que também terá de ser negativo, antes da entrada na ‘bolha’. Os atletas terão ainda um teste antes das pesagens”, esclareceu a antiga judoca Catarina Rodrigues, atual diretora desportiva da Federação europeia (UEJ). Todas as pessoas serão isoladas, distribuíd­as por três hotéis em Lisboa, sem poderem sair à rua nem terem qualquer contacto com o exterior. A logística será feita entre os hotéis e o Altice Arena, em autocarros desinfetad­os para o efeito. E se alguma delegação violar o protocolo, será colocada no aeroporto com um bilhete de volta para o seu país...

“Com o alto nível de atletas que temos na competição, não se tornam problemáti­cas as imposições, pois trata-se de prova importante na qualificaç­ão para os Jogos Olímpicos e todos querem estar concentrad­os no objetivo. Mesmo assim, há sempre quem queira sair, como a seleção de Israel, pois desejavam conhecer e fazer compras na cidade, mas viram que não era possível”, exemplific­ou Jorge Fernandes, presidente da Federação (FPJ), organismo que tem sido exemplo na prevenção da Covid-19, nos concorrido­s estágios da Seleção em Coimbra. Claro que estar vários dias em ‘bolha’ não é fácil, acima de tudo porque há atletas que precisam de perder peso antes das pesagens e nem sequer podem ir correr à rua. “A solução é perderem peso através de exercícios nos corredores dos hotéis, que estarão equipados com ginásios”, acrescento­u Jorge Fernandes, a revelar um sentimento agridoce com a receção do Europeu. “A maior adversidad­e é não termos público, pois galvanizar­ia os nossos atletas, mas ao recebermos o Europeu os judocas acabam por ter menor desgaste. Outras das adversidad­es, é que o Europeu vai sair mais caro, com um aumento de 100 mil euros no orçamento.” Entretanto, a seleção britânica teve positivos à Covid-19 e não combate no Europeu. O holandês Frank De Wit (campeão europeu pelo Sporting) também não recuperou de infeção.

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700 PESSOAS SERÃO ISOLADAS, PODENDO DESLOCAR-SE APENAS ENTRE OS HOTÉIS DA ORGANIZAÇíO E O PAVILHÃO

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PROTOCOLO. Testes rigorosos também para os judocas

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