“LAGOS VAI SER TALISMÃ PARA O SPORTING ”
Líder do Núcleo do leão da cidade algarvia, que volta a acolher o estágio da equipa, acredita no bicampeonato, até devido a uma certa... superstição. Num ano de crise, confessa que o título nacional deixou os adeptos com a “alma renovada”
Quando falámos pela última vez, há cerca de um ano, acreditava que Lagos ia voltar a receber o Sporting agora com o estatuto de campeão em título?
JOSÉ RIO –Lagos vai ser talismã para o Sporting, e espero que o seja por mais uns anos pois um clube como o Sporting não pode ser só campeão de 19 em 19 anos. O Sporting precisa ser campeão com mais frequência! Não estávamos à espera deste título, mas foi um grande trabalho da direção e do Rúben Amorim, que foi uma aposta arriscada mas que se mostrou acertada.
Se o sucesso se repetir, crê que o Sporting não deixará de visitar o Algarve antes de cada época?
JR – Na verdade é a direção que tomará a decisão, mas às vezes somos supersticiosos. Eu, apesar de não acreditar em bruxas sei que as há, e é um bocado assim. Se o Sporting for bicampeão não vai deixar de fazer o estágio aqui, e estou confiante pois 19 anos foi muito tempo. É preciso manter os processos de trabalho e dar mais confiança. No ano passado Lagos já serviu de porto de abrigo quando surgiram os casos de Covid-19 no plantel, e como temos condições das melhores que existem no Mundo, o Sporting estará sempre bem entregue aqui.
O Sporting não é bicampeão desde as épocas 1952/53 e 1953/54. Acredita que esta época é possível repetir a história?
JR –O FC Porto não está a dormir, e os três candidatos vêm com os treinadores da temporada passada. Será uma época diferente, mas o Rúben Amorim não deverá ter muitas saídas [no plantel]... Vamos ver como se vai comportar o mercado após o Europeu, mas estou certo que vamos continuar a ser competitivos.
“FOI UM GRANDE TRABALHO DA DIREÇÃO E DE RÚBEN AMORIM, UMA APOSTA ARRISCADA MAS QUE SE MOSTROU ACERTADA”
E esperava uma temporada tão positiva ao nível de títulos como se veio a verificar?
JR – No futsal e no hóquei em patins já estávamos habituados, mas no futebol foi uma grande surpresa - e é preciso reconhecer que é esta a grande mola para os associados. Foi uma grande vitória que mostrou que trabalhar com a formação dá resultados.
É capaz de identificar na equipa os três grandes heróis do título conquistado?
JR – Em primeiro lugar, sem dúvida, o Coates foi alguém que me surpreendeu pois estava ofuscado pela época anterior, que havia sido desastrosa. No último ano foi um autêntico patrão que conseguiu mostrar toda a sua classe. Depois também há o Porro e o Pote que foram grandes aquisições e se integraram muito bem.
A equipa funcionou como um todo, e aquele mote ‘onde vai um vão todos’ uniu as forças. Mas também não quero esquecer o Adán, um guarda-redes que me surpreendeu.
Acredita que o segredo para o sucesso na nova época passa por manter a base e resistir às vendas, como é desejo de Amorim?
JR – Penso que sim. A estabilidade é sempre muito importante, seja da parte dos treinadores ou
dos jogadores. O Sporting tem jovens com muita margem de progressão, e eu acredito que o Rúben Amorim vai conseguir potenciar a equipa. Não nos podemos esquecer que este ano vamos ter a Champions, e o Sporting vai ter um novo desafio nesta competição. Acima de tudo servirá para o Rúben Amorim mostrar a competitividade da equipa lá fora, mas também há desafios muito importantes em casa. *