Décadas à frente
A coincidência dos calendários permitiu que pudéssemos assistir, quase em simultâneo, ao Euro’2020 e à Copa América, cujas finais aconteceram no mesmo fim de semana, separadas por menos de 24 horas. No Maracanã, estiveram frente a frente Messi e Neymar, dois dos melhores jogadores da última década; em Wembley, não houve estrelas da mesma dimensão, mas não foram precisas para que houvesse muito mais futebol.
Apesar de algum equilíbrio na contabilidade de títulos mundiais (12 para a Europa, 9 para a América do Sul), a verdade é que se tem cavado a olhos vistos um fosso entre o futebol no Velho Continente e no resto do mundo. É verdade que continua a haver talento a rodos do outro lado do Atlântico, mas a superioridade física, tática e até técnica das equipas europeias, já para não falar de aspetos de organização, como qualidade dos relvados ou das transmissões televisivas, é tão evidente como os números indicam: desde 2002 que não há uma seleção não europeia campeã do mundo. E até a nível de clubes a diferença nota-se bem: 13 dos últimos campeões são europeus.
A introdução e crescimento da Liga dos Campeões há 30 anos mudou completamente o panorama do futebol. Não é à toa que a FIFA, desde que Gianni Infantino assumiu a liderança do organismo, se tem esforçado por meter a mão num bolo tão suculento.