Record (Portugal)

Respirar um novo ar

- Bernardo Ribeiro DIRETOR

O Benfica vive dias complicado­s. Precisa de respirar um novo ar. Necessita que os adeptos voltem a acreditar que quem os representa o faz apenas a bem do clube. Com tudo o que ouvimos estes dias sente-se que é necessário legitimar o poder. Seja ele no futuro de Rui Costa, Noronha Lopes ou qualquer outro. Certo é que com Vieira detido e uma direção sem quem lhe dê legitimida­de democrátic­a é difícil acreditar seja no que for.

Estranho, confesso, que Vieira

seja o único dirigente envolvido nos negócios que têm vindo a lume. Ou havia muita gente distraída, ou a subserviên­cia ao presidente levava a que nada fosse questionad­o. Seja qual for a verdade, foi ela quem nos trouxe até aqui. Não é bonita.

Vieirista. Eis um animal em vias

de extinção. Razão tinha João Malheiro quando comparava o dia seguinte à detenção a 26 de abril de 1974. Portugal também já era só democratas. Não houve um único elemento da direção que dissesse acreditar em Vieira. Os que lhe elogiaram todo e qualquer ato de gestão, por exemplo a OPA, tão defendida publicamen­te por Soares de Oliveira, que viesse dizer uma palavra simpática. Isto tem um nome. Mas também não é bonito.

João Mário mostra que nada

mudou no Benfica. A cláusula não tinha validade, não metia medo, mas eis que se inventa uma jogada para fugir à questão. Em que a razão parecia mesmo encarnada. É o que há.

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