Estrelas para uma nova era
Já sem Michael Phelps ou Usain Bolt, eis alguns dos jovens atletas que podem brilhar em Tóquio
Passados cinco anos desde os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em Tóquio já não estarão estrelas como Usain Bolt, Michael Phelps,, Kohei Uchimura, Roger Federer, Rafa Nadal ou Serena Williams (estes três últimos ainda competem mas optaram por não jogar a prova). Ao invés, haverá muitos jovens a viver a primeira experiência olímpica. Outros regressam depois de presenças discretas no Brasil, mas com outra ambição. Eis alguns dos nomes a acompanhar com mais atenção nesta edição.
O atletismo é uma das quatro modalidades – a par de natação, esgrima e ginástica artística – que fizeram sempre parte do programa olímpico e, provavelmente, a mais popular. É também uma das que produz algumas das estrelas mais reluzentes do desporto mundial. E, este ano, há alguns nomes a apontar. Na velocidade, os norte-americanos Trayvon Bromell (100 m) e Noah
Lyles (200 m) são os favoritos, mas é o compatriota Erriyon Knighton que promete ser o sucessor de... Usain Bolt! Com 17 anos, bateu em junho o recorde mundial de sub-20 nos 200 metros, com 19.84 segundos, superando o registo do jamaicano. Em
Tóquio vai correr a mesma distância e, provavelmente, a estafeta 4x100 m. No feminino, a compatriota Sydney McLaughlin, de 21 anos, assume também protagonismo. Nos Mundiais de 2019 foi 2.ª nos 400 metros barreiras, mas bateu em junho o recorde mundial e aponta ao ouro em Tóquio depois de há cinco anos, no Rio, ter falhado o acesso à final, então com apenas 16 anos. Favorito ao título olímpico no salto com vara é o sueco Armand Duplantis. Também com 21 anos e a fazer a estreia nos Jogos, chega ao Japão como o recordista mundial e depois de ter sido vice-campeão mundial em 2019.
A anfitriã Naomi Osaka
Numa modalidade marcada pela ausência de muitos das suas principais figuras, a tenista japonesa Naomi Osaka é quem centra as atenções. Aos 23 anos, já soma quatro triunfos em Grand Slams mas os últimos tempos não têm sido fáceis, acabando por renunciar aos torneios de Roland Garros e Wimbledon alegando problemas psicológicos. A japonesa negou-se primeiro a falar com a imprensa por considerar que o formato das habituais conferências é obsoleto e nos últimos meses tem tentado provar o seu ponto, sendo capa da revista ‘Time’ e protagonista de um documentário que estreou esta semana na Netflix. Agora, tem a oportunidade de se estrear em Jogos, ainda por cima no próprio país, e é uma clara candidata ao ouro, assim consiga lidar com a pressão que vai enfrentar. Osaka será a segunda cabeça-de-série, apenas atrás de Ashleigh Barty, número um do Mundo e recentemente campeã de Wimbledon. Nos homens, olho aos estreantes Medvedev e Tsitsipas.
Pogacar e o caso Van der Poel
No ciclismo há outro jovem prodígio sob os holofotes. Tadej Pogacar
tem 22 anos e chega a Tóquio depois de mais uma demonstração de força no Tour – a prova termina hoje em Paris com o esloveno a festejar o segundo triunfo seguido – e será o alvo a abater pela concorrência, tanto na prova de fundo como no contrarrelógio. Um dos seus rivais é outro dos mais prometedores ciclistas dos últimos anos, o belga Remco Evenepoel, de 21 anos. E há mais um nome a seguir com atenção: Mathieu van der Poel. O holandês, de 26 anos, optou por não competir na estrada, onde tem brilhado, e vai tentar o ouro no cross-country (BTT).
KNIGHTON, OSAKA, DRESSEL, DUPLANTIS E POGACAR SÃO ALGUNS DOS JOVENS QUE PROMETEM BRILHAR
Fenómeno Dressel
De entre todos os mais de 11 mil atletas que vão participar nos Jogos de Tóquio, há um de quem se esperam mais medalhas (e de ouro) do que... de todos os outros: trata-se do nadador norte-americano Caeleb Dressel, que depois de ter passado de forma discreta pelo Rio (só saiu medalhado em estafetas), chega a Tóquio com 24 anos e no auge da carreira. O norte-americano venceu um total de 15 medalhas (13 de ouro) nos últimos dois Mundiais de natação, pelo que as expectativas são naturalmente muito elevadas. Conseguirá fazer história?