ATLETAS EXIGEM 75 MIL EUROS
Emanuel Silva, Francisca Laia e David Varela avançaram com ação em tribunal contra o Sporting
Em janeiro, Pedro Nascimento, advogado de Emanuel Silva, Francisca Laia e David Varela assumia ao nosso jornal a intenção dos atletas em avançar com uma ação em tribunal contra o Sporting. Passado sete meses, em que o foco dos canoistas foi os Jogos Olímpicos, a ação efetivou-se no Tribunal de Trabalho de Braga, onde reside Silva. O representante dos canoistas revelou-nos agora que os mesmos exigem um valor conjunto a rondar os “75 mil euros”, que resulta “desde logo do facto de contratos que deveriam ter vigorado até ao final das competições, adiadas de 2020 para 2021,e também de subsídios de Natal e férias que não foram pagos e por fim de valores que se reportam a danos não patrimoniais derivados desta situação”.
A situação a que se refere o advogado e segundo o próprio tem a ver não só com o não cumprimento da cláusula contratual que salvaguarda o facto de a época sofrer alterações com o adiamentos de competições, como sucedeu com os Jogos Olímpicos, mas também com o comportamento do “Conselho Diretivo do Sporting, que, além de não ter tratado os atletas como mereciam e como deve ser apanágio de uma instituição centenária, teve ainda o descaramento de comunicar ao Emanuel Silva que nunca foi criada expectativa na prorrogação da ligação ao clube nos termos até então em vigor”. Mas vais mais longe. ”E brindou ainda o Emanuel com um jogo de palavras numa comunicação, dizendo que houve uma procura conjunta de uma solução e que a mesma foi entretanto cancelada pelo atleta. A questão é que foi apresentada uma proposta do Sporting ao Emanuel em outubro de 2020 que é inqualificável e que passava pelo clube pagar os ordenados até dezembro de 2020 e o atleta continuar ligado ao Sporting até final dos Jogos Olímpicos sem receber qualquer quantia”. Pedro Nascimento explica que a “questão da prorrogação não depende da vontade do Sporting. O tribunal é que vai decidir, até porque não foi esta direção que elaborou os contratos”. Nesse sentido, revela ainda o representante dos canoistas, foram arroladas testemunhas dos atletas os dirigentes leoninos que na altura da assinatura dos contratos lideravam o Sporting e as modalidades. “Bruno de Carvalho, Miguel Albuquerque e Paulo Malico e Sousa”.
O Sporting extinguiu a secção de canoagem no final de 2020. Além dos atletas citados, fazia também parte da equipa o paralímpico e medalha de bronze em Tóquio’2020, Norberto Mourão. Record solicitou uma reação ao Sporting, mas o clube não quis pronunciar-se.
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BRUNO DE CARVALHO E MIGUEL ALBUQUERQUE FORAM ARROLADOS COMO TESTEMUNHAS DOS CANOÍSTAS