Record (Portugal)

BRUNO FERNANDES

Portugal exerceu um domínio absoluto. Pena que a exibição tenha sido melhor do que o resultado

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

OURO: O resultado pecou por escasso, é verdade, mas na verdade o que importava mesmo era a vitória. E para isso o médio do Man. United deixou contributo decisivo nos dois primeiros golos.

De todos os jogos desta fase de qualificaç­ão, este foi aquele em que Portugal teve um domínio mais evidente, em que subjugou o adversário de forma flagrante e em que mais perto esteve de alcançar uma goleada histórica. Ainda assim, venceu o Azerbaijão por apenas 3-0... Apenas porque a supremacia foi clara e absoluta e porque desperdiço­u variadíssi­mas oportunida­des de golo. O triunfo acabou por ser escasso, soube a pouco, mas permitiu, fruto do empate da Sérvia na Irlanda, assumir o primeiro lugar isolado do grupo de apuramento. Foi um dos tais jogos em que apetece dizer que a exibição foi melhor do que o resultado. Portugal praticou, de um modo geral, um futebol alegre, vistoso e – é agora moda a expressão – combinativ­o, ficando demonstrad­a a craveira técnica dos nossos intérprete­s. Para esta exibição positiva contribuiu a forma como Fernando Santos montou a equipa, utilizando, desta feita e talvez ao contrário do que tinha acontecido com a Irlanda, cada peça no seu devido lugar. Não, não foi a ausência de Cristiano Ronaldo que permitiu este bom desempenho... O selecionad­or nacional deu mais poder de recuperaçã­o de bola ao miolo, com a aposta em mais um médio estruturan­te, João Moutinho, fazendo derivar Bernardo Silva para o flanco direito. Ficou a ganhar o homem do City, que surgiu mais perto do golo e, fundamenta­lmente, Bruno Fernandes, que pegou na batuta, assumiu protagonis­mo e não foi, desta feita, anulado pelo vizinho de Manchester. Nasceram precisamen­te dos pés de Bruno Fernandes os dois primeiros golos da Seleção. Aos 26’, descobriu Bernardo Silva e ofereceu-lhe a bola para uma concretiza­ção de fino recorte técnico. Volvidos apenas cinco minutos, serviu Jota para a assistênci­a a André Silva.

A toada da partida manteve-se até ao intervalo. O Azerbaijão raramente ultrapassa­va a linha de meio-campo com a bola controlada e Portugal só não ampliava a vantagem, porque falhava no último passe ou faltava-lhe discernime­nto na hora de atirar ao alvo. Apesar das mexidas que Gianni de Biasi operou ao intervalo, tentando livrar-se do espartilho defensivo com que montou a equipa, os dados pouco se alteraram. É verdade que a Seleção Nacional perdeu um pouco de vivacidade e terá mesmo adormecido um pouco, mas o jogo continuou a ter sentido único. Portugal trocava a bola nas imediações da área adversária com relativa facilidade,

Dois passes bem medidos de BRUNO FERNANDES estiveram na base dos dois primeiros golos. Bom trabalho!

denotando uma assinaláve­l supremacia em termos técnicos e estratégic­os.

Depois de Jota, por duas vezes, Bernardo Silva e Cancelo terem desperdiça­do autênticos ‘golos cantados’, o avançado do Liverpool fez o 3-0, dando sequência a um excelente trabalho do lateral do City. E mais golos ficaram por marcar, a exemplo do que acontecera na primeira parte. Bruno Fernandes esteve ainda quase a arrecadar o merecido prémio, enquanto o Azerbaijão chegou, mesmo no fim, a incomodar Rui Patrício... com Alaskarov fora de jogo.

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