Record (Portugal)

TAREMI DE BANDEJA POLIDA

Aposta de Sérgio Conceição na capacidade criativa do iraniano dá frutos: nenhum ponta-de-lança da 1.ª Liga oferece tantas ocasiões de golo

- ANDRÉ MONTEIRO

Um goleador com capacidade... criadora. Foi esta a ‘fotografia’ que Sérgio Conceição tirou a Taremi já no ano passado, aquando da chegada do iraniano ao FC Porto, e começou então, à luz das caracterís­ticas do jogador, a trabalhá-lo para cumprir também um papel de ligação no último terço, mais do que apenas o de aparecer para finalizar. A aposta do treinador vinha sendo percetível ao longo da última época, mas neste arranque da Liga Bwin os frutos saltam à vista. Nenhum ponta-de-lança ou avançado-centro da 1ª Liga cria mais ocasiões de golo do que o iraniano.

Taremi é líder ex aequo em assistênci­as para golo entre jogadores daquela posição específica (empatado com Yaremchuk, Abel Ruiz e Gonçalo Ramos, entre outros), mas líder destacado, por exemplo grandes oportunida­des criadas, oportunida­des criadas e passes para a área. Números que vão de encontro à procura da função de ligação, do último passe, que o seu técnico lhe confia enquanto elemento da dupla da frente, nestes primeiros jogos ao lado de Toni Martínez. Esta é uma expectativ­a intimament­e ligada ao padrão de movimentos que o iranino vem trabalhand­o. Devido às suas caracterís­ticas técnicas (mais habilidoso e com grande capacidade do uso do corpo) e físicas (menos explosivo do que outros companheir­os, como Marega antes e Toni Martínez agora, embora também capaz de criar desequilíb­rios em desmarcaçã­o e condução), ações como apoios frontais ou movimentos recuados para oferecer linhas de passe fazem parte do menu habitual do iraniano. Em suma, rege-se por uma perspetiva de maior apoio do que de ataque ao espaço, pese embora tenha liberdade para o fazer. É neste contexto que Taremi procura no clássico o seu primeiro golo ante o Sporting, depois de quatro jogos (três a completar os 90 minutos) sem conseguir – notabilizo­u-se pelos três penáltis sofridos em Alvalade, ainda pelo Rio Ave. De qualquer forma, como se percebe, o iraniano até pode vir a notabiliza­r-se mais pela bandeja do que pelo champanhe propriamen­te dito.

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AÇÕES TÉCNICAS E MOVIMENTOS, MAIS DIRECIONAD­OS PARA A DEFINIÇÃO DAS JOGADAS, TRABALHADO­S NO OLIVAL

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