WENGER NÃO CONVENCE
UEFA e Ligas europeias prometem “oposição firme” à ideia. “É matar os jogadores”, diz Ceferin
Arsène Wenger, antigo treinador do Arsenal e atual conselheiro de Gianni Infantino e responsável pelo desenvolvimento global do futebol da FIFA, insiste na ideia de o Campeonato do Mundo passar a jogar-se de dois em dois anos, mas o projeto está longe de gerar consenso. UEFA, Conmebol e a Associação das Ligas Europeias prometem um boicote ao plano do francês. “Podemos decidir não jogar esses Mundiais. Tanto quanto sei, os sul-americanos pensam o mesmo, por isso, boa sorte. Acho que nunca vai acontecer”, afirmou Aleksander Ceferin, em entrevista ao ‘The Times’. O presidente da UEFA defende que “disputar todos os verões um torneio de um mês é matar os jogadores”. “Se for para jogar de dois em dois anos, vai coincidir com o Mundial feminino e os Jogos Olímpicos. O valor da prova está precisamente porque só se joga de quatro em quatro anos, é um evento enorme. Não imagino as nossas federações a apoiar esta ideia”, vincou. Ceferin espera mesmo que “a FIFA volte atrás”. “Não é a decisão correta e não falaram connosco. Simplesmente li na imprensa.”
A associação que reúne as 13 principais ligas europeias, incluindo a portuguesa, também se insurgiu contra esta ideia e promete “oposição firme e unânime”. “As Ligas estão a trabalhar em conjunto com outras partes interessadas para impedir que os órgãos dirigentes do futebol tomem decisões unilaterais que prejudicam o futebol nacional, que é a base da nossa indústria e de extrema importância para clubes, jogadores e adeptos de toda a Europa e do mundo”, lê-se num comunicado da associação, após um encontro na Suíça do Conselho de Administração, do qual faz parte Pedro Proença, líder da Liga Bwin. “As novas competições não são a solução para os atuais problemas do nosso futebol num calendário já congestionado”, reforçou a Associação das Ligas Europeias.
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