O FUTEBOL NÃO TEM SEGREDOS
Inês Simas e Ana Pinto mostraram que são donas da bola e deram uma autêntica lição de classe técnica ao nosso jornal
O Record Challenge Park dá a possibilidade de testar uma série modalidades, mas quando se fala de futebol... quase todos acham que já sabem tudo o que é preciso para serem grandes jogadores. Nada mais errado! Para provar isso mesmo, o nosso jornal teve a oportunidade de receber uma lição de enorme classe técnica de Inês Simas e Ana Pinto, duas craques da Seleção Nacional sub-17 feminina. É que tanto a médio do Benfica como a central do Sp. Braga encararam com a máxima tranquilidade todos os desafios que lançámos e superaram-nos com grande qualidade, como pode conferir no vídeo no nosso site.
No que diz respeito aos toques consecutivos, a tarefa estava tão fácil que as jogadoras tiveram de subir a fasquia. “Bem, vamos tornar isto mais difícil?”, perguntou Inês Simas, numa altura em que começaram a fazer ‘voltas ao Mundo’ e outros truques do mesmo calibre. Nessa altura, a nossa equipa de reportagem nem se atreveu a entrar em cena. A hora de também arriscarmos foi no famoso desafio de bola na barra. Em três tentativas, a trave foi falhada por poucos centímetros, até que Inês Simas e Ana Pinto mostraram como se faz. Ambas acertaram por uma vez e só não fizeram o pleno por uma questão de poucos centímetros! E tudo isto já com um treino da Seleção Nacional sub-17 feminina nas pernas...
Certo é que estas duas craques sabem bem o que querem. Até o golo de sonho. “Era um livre direto numa final de um Europeu. Que sonho seria!”, conta-nos Simas, enquanto Pinto vai pela mesma linha. “Como sou central na Seleção, também gostava de marcar num Europeu, mas num canto ou assim”, refere, antes de falar sobre como a paixão pelo futebol começou. “Comecei a jogar com os rapazes na escola e queria muito experimentar. A minha mãe sempre me disse que eu me ia fartar, mas isso não aconteceu e cá estou!”, atira a central.
Já Inês Simas, que começou nas escolas da Fundação Pauleta, nos Açores, tem um discurso maduro no que diz respeito ao que falta conquistar. “O mais difícil ainda é ter o verdadeiro reconhecimento. Nem sempre as pessoas reconhecem o futebol feminino como o masculino, mas estamos a caminhar nesse sentido. O mais importante é termos visibilidade. E deixar de se chamar futebol feminino e ser só futebol como para os homens”, sublinha.
Conselhos preciosos
Questionadas sobre que mensagem deixam a outras raparigas que sonhem chegar ao patamar em que Inês Simas e Ana Pinto já estão, as craques falam em sintonia. “Não é preciso muito. É querer jogar e desfrutar do futebol como toda a gente, seja com rapazes ou raparigas. E não desistam! Há que aprender sempre para chegar o mais longe possível”, diz-nos Simas, enquanto Pinto remata com uma mensagem positiva: “Trabalhem sempre e divirtam-se porque se não fizerem isso não vale a pena. Em tudo o que temos de fazer na vida, temos de nos divertir. E nunca se pode desistir!”
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