Record (Portugal)

Sofrer para crescer

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ç349 dias após o adeus à Liga Europa com uma derrota caseira ante o LASK (1-4), momento que acabou por ser crucial para alcançar o título nacional, o Sporting retornou ao panorama europeu, agora na Champions, com expetativa­s altas. Só que acabou por sofrer choque de realidade ao perder 1-5 – golos sofridos a brotar do corredor esquerdo leonino – com o Ajax em Alvalade. Apesar dos neerlandes­es possuírem argumentos bem superiores aos austríacos, os verde-e-brancos voltaram a dar-se mal ante uma equipa agressiva na pressão a todo o campo, e que, no momento de saída do rival, se preocupa muito mais em roubar a bola do que em apenas condiciona­r. Amorim assumiu, mais uma vez, todos os encargos pelo resultado, acrescenta­ndo que é quem mais tem a aprender em todo o grupo. Dupla hipérbole que visa a proteção dos pupilos. Mas com Coates e Pote ausentes, juntando-se as saídas de Nuno Mendes e de João Mário, o Sporting perde 4 das unidades mais fulcrais em 2020/21, a que se juntou a lesão de Gonçalo Inácio. Com o recurso a alguns jogadores de segunda linha no contexto interno, agravada pela necessidad­e de recorrer a adaptações, percebe-se que é árduo ser competitiv­o numa prova de topo. São as dores de cresciment­o de um plantel mais curto que o dos dois rivais indígenas, e que não pode ser iludido por teorias sobre grupos acessíveis na Champions. Pode até pensar-se que o ideal para Amorim será abdicar da sua estrutura nos jogos de maior dimensão, até porque uma das armas mais lesantes do Ajax foi a forma como atropelou os leões no centro, o que poderia ser resolvido com o reforço do meio-campo, recorrendo ao 3x5x2. Mas o técnico, questionad­o sobre essa hipótese, retorquiu que é difícil realizar pressão alta capaz com apenas dois jogadores. O que atesta que o objetivo é sofrer para crescer.

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