Record (Portugal)

“NÃO VAMOS MUDAR NADA POR SER O SPORTING”

Dois anos depois regressou ao escalão principal como pêndulo do meio-campo do vice-líder Estoril. O camisola 21 dos canarinhos assume que até para o plantel é uma surpresa o 2.º lugar na Liga Bwin, que, na Amoreira, não é um objetivo

- MIGUEL AMARO

Se no início de agosto vos dissessem que após a 5.ª jornada da Liga Bwin o Estoril estaria no 2.º lugar, à frente de Sporting e de FC Porto, acreditari­am?

GAMBOA – Acho que não mas eu assinava logo essa ideia. É bom e é fruto do nosso trabalho... mas não é esse o nosso foco. O que queremos é amealhar o máximo de pontos possível para atingir o objetivo e isso através da nossa ideia, ou seja, a jogar mais e melhor do que cada adversário.

Para quem não viu o Estoril jogar, como se explica o 2.º lugar?

G – O facto de se ter mantido uma base da época passada é muito importante. Ter ficado o mesmo treinador permite a quem chega começar a entender a ideia de jogo. Para o treinador é bom ter um núcleo de jogadores já com a mentalidad­e que ele pretende para o jogo. Essa é a chave para o nosso bom desempenho mas, claro, não é só isso. Temos de dar mérito à estrutura, que está um degrau acima de outros clubes, e elogiar todos os que trabalham diariament­e para não nos faltar nada, desde a alimentaçã­o ao ginásio. E à SAD pela forma como consegue contratar jogadores, pela seleção que consegue fazer, não só pela qualidade dos reforços mas por serem gente de caráter que se integra facilmente. Falta destacar o trabalho do míster. Não tenho dúvidas de que num futuro próximo estará num grande, aqui ou noutro país da Europa.

Falou de uma continuida­de mas saíram cinco ou seis dos jogadores mais utilizados na época passada. Como é possível continuare­m a jogar bem?

G – Saíram vários titulares mas ficaram quatro ou cinco que já conhecem as ideias do treinador e, assim, é mais fácil passar essa mensagem aos novos.

Nas redes sociais há adeptos de outros clubes a escreverem que o Estoril está no 2.º lugar porque teve um calendário fácil...

G – Não concordo nada com isso. Ainda não jogámos com nenhum dos grandes mas defrontámo­s um candidato à Europa [V. Guimarães] e fizemos três jogos fora, que ganhámos.

Segue-se o Sporting. O que se pode esperar do Estoril?

G – O mesmo de sempre. Não vamos mudar nada por ser o Sporting. No ano passado também não mudámos quando defrontámo­s o Benfica na Taça de Portugal.

Mas na 2.ª Liga ganhavam muitos jogos e contra o Benfica não tiveram grandes hipóteses.

G – Mas tentámos jogar da nossa forma. Quando assim é e não conseguimo­s ganhar é porque o adversário foi melhor, não há nada a dizer. Nessa eliminatór­ia o Benfica marcou homem a homem no campo todo e conseguiu anular os nossos pontos fortes.

Este poderá ser um jogo ‘fácil’ para o Estoril, por a responsabi­lidade estar do lado do Sporting?

G – Claro, é o campeão e quer renovar o título. Mas nós queremos jogar melhor do que o Sporting e se não conseguirm­os não vamos ficar satisfeito­s.

O facto de o Sporting ter jogado a meio da semana, na Champions, pode favorecer o Estoril?

G - O Sporting tem um plantel com muita qualidade, com muitas soluções. Três ou quatro dias chegam para os jogadores recuperare­m.

Isso em termos físicos, mas até Rúben Amorim afirmou que é preciso mudar o chip da Champions para a Liga Bwin, além de o resultado ter sido negativo...

G – Não acredito que relaxem, eles são profission­ais e também vão querer limpar a imagem.

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“FICARAM QUATRO OU CINCO QUE JÁ CONHECEM AS IDEIAS DO MÍSTER, É MAIS FÁCIL PASSAR A MENSAGEM AOS NOVOS”

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