Fantasmas da Europa e o fantasma de xadrez
REGRESSA A LIGA. O BENFICA TEM A MISSÃO MAIS APARATOSA. A HISTÓRIA RECENTE PROVA QUE OS JOGOS COM O BOAVISTA PODEM REDUNDAR EM DESCALABRO. É, ASSIM, NATURAL A EXPECTATIVA DOS RIVAIS COM O DESENLACE DO JOGO DA LUZ
Depois dos torneios das seleções e das competições europeias de clubes regressa neste fim-de-semana a Liga nacional com a realização da sua 6.ª jornada que nos irá dizer, não tarda nada, a dimensão do impacto destes compromissos internacionais nas equipas que lutam pelo título de campeão de Portugal. Para o Sporting e para o FC Porto, os jogos a meio da semana que disputaram contra equipas com valor foram uma novidade da época de 2021/2022 – porque ainda não tinham feito nenhum jogo europeu – mas para o Benfica não se tratou de uma primeira vez. A equipa de Jesus somou 4 jogos internacionais no mês de agosto porque foi obrigada a disputar em duas eliminatórias o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões e ainda está fresca na memória a dificuldade que foi vencer o Tondela na Luz imediatamente a seguir ao jogo na Holanda com o PSV que exigiu um esforço tremendo à equipa de Jorge Jesus.
Também ainda não foi esque- cido
o benefício prático e material que o Sporting arrecadou na época passada por se ter visto livre muito cedo das competições europeias ao falhar a qualificação para a Liga Europa perante os austríacos do LASK Linz. À frustração eu- ropeia seguiu-se uma caminhada interna com folgas a meio da semana que conduziria o Sporting a uma liderança descansada do campeonato e
O BENFICA-BOAVISTA É MESMO UM JOGO PARA O HUGO MIGUEL PROGREDIR NA CARREIRA
ao triunfo final. Este ano não vai ser assim porque os campeões nacionais estão na Liga dos Campeões e o calendário de atividades está mais do que bem preenchido até dezembro, o que faz muita diferença.
Dos três grandes
veremos quem são os maiores após esta 6.ª jornada que leva o Sporting até ao Estoril, o Boavista até à Luz e o FC Porto a receber o Moreirense, parecendo ser este o desafio menos complicado na agenda das equipas que lutam pelo título nacional. Dos três, é o Benfica quem tem uma missão mais aparatosa porque os jogos com o Boavista podem redundar em descalabro. Aconteceu no ano passado, também à 6.ª jornada, ir o Benfica a casa do Boavista para sofrer uma derrota inapelável por 3-0 e nunca mais se endireitar até ao fim da época. Daí também a importância deste desafio que se coloca ao Benfica que quererá, certamente, matar o fantasma de xadrez depois de 90 minutos em Kiev que, na realidade, nada tiveram de esplendorosos mas que não podem deixar de pesar nas pernas dos jogadores, sobretudo nas pernas de Rafa – o melhor jogador do Benfica neste arranque de temporada – pelo muito que correu e pela muita pancada que apanhou na Ucrânia.
É natural a expectativa
dos rivais do Benfica com o desenlace do jogo na Luz, o jogo maior da jornada que pode trazer alterações no cimo da tabela. É mesmo um jogo para o Hugo Miguel progredir na carreira .