RUI COSTA ACEITA VOTO FÍSICO
SÓCIOS EXIGIRAM NA AG E PRESIDENTE DA MESA ANUNCIOU MUDANÇA MOVIMENTO DE BENITEZ PEDE AGORA ADIAMENTO DAS ELEIÇÕES
O voto físico vai voltar às eleições do Benfica, 18 anos depois do sufrágio de 2003, em que os sócios do clube da Luz elegeram Luís Filipe Vieira pela primeira vez como presidente. O anúncio foi feito pelo líder da Mesa da Assembleia Geral, Pires de Andrade, em comunicado, às 2h11 de ontem, quase uma hora depois do final da agitada reunião magna extraordinária.
“A Mesa da Assembleia Geral aditará nos termos estatutários a convocatória divulgada hoje [ontem] nos meios de comunicação social, designadamente, para promover o ato eleitoral através de voto físico em urna em Portugal continental”, pode ler-se. Na convocatória das eleições marcadas para 9 de outubro, não é mencionado qualquer sistema – apenas é referido que os sócios residentes nos Açores, na Madeira e no estrangeiro podem votar no site do clube.
O nosso jornal sabe que Pires de Andrade fez esta comunicação depois do homólogo da Direção, Rui Costa, ter dito que aceitava
MESMO QUE AINDA NÃO ESTEJA DEFINIDO, O PLANO PASSA POR CONFIAR A CONTAGEM A UMA EMPRESA DE SEGURANÇA
o voto físico nas eleições. Esta modalidade não foi colocada à votação dos associados na assembleia geral – o que gerou forte contestação –, porque não fazia parte da ordem de trabalhos, apesar de, na origem da AG, tal ter sido requisitado.
Solução de consenso
Na cabeça do presidente da MAG está já esquematizada a forma como será feita a contagem dos votos, mesmo que o processo ainda não esteja fechado. “A contagem será feita por uma empresa de segurança, perante representantes do clube e das listas. Quem mexe nos papéis é a empresa de segurança”, deixa claro, a Record.
Pires de Andrade não está inclinado a promover o voto eletrónico em paralelo ao físico. Em seu entender, a melhor solução é a das eleições de 2020, mas com a contagem dos comprovativos em papel logo após a votação. “É um sistema seguro e fiável”, argumenta, recordando os resultados da contagem feita no final de julho passado: diferença de 136 votantes, num universo de 38.102 sócios. “Não houve queixas por haver talões diferentes do voto eletrónico. As diferenças resultaram do facto de alguns sócios terem levado o comprovativo”, acrescentou. O sistema de votação ficará acertado nos próximos dias. Isto porque MAG, Direção e ‘Servir o Benfica’ reunir-se-ão no início da semana para tentarem elaborar um regulamento eleitoral, com base nos dois projetos existentes: o do órgão liderado por Rui Costa e o do movimento. Este encontro ficou combinado no final das quase cinco horas da AG extraordinária. Por outro lado, até final do mês, a Ernst & Young entregará os resultados da auditoria às eleições de 2020 solicitada pelo clube.
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