A bofetada de Sérgio Conceição
QUEM NÃO DESISTE DE TENTAR MENORIZAR O TÉCNICO DO FC PORTO TEVE MAIS UMA NOITE AZIAGA. EXIBIÇÕES COMO A DE MADRID SÃO O SEU LEGADO EM PROL DO PRESTÍGIO DO NOSSO FUTEBOL
1 A imprensa espanhola ficou rendida. O FC Porto teve a ousadia de tentar superar o At. Madrid de Simeone naquilo que torna os colchoneros mais temíveis: a sua garra e intensidade. Imagine-se que a Marca foi ao ponto de colocar em xeque a qualidade de La Liga face aos problemas que os dragões colocaram ao seu campeão, numa promoção do futebol português que contrasta com as desvalorizações do discurso interno. Os azuis e brancos estão no grupo de morte, começaram o seu percurso no Wanda perante a equipa mais forte do futebol espanhol a jogar em casa, mas ficaram muito perto de sair com os três pontos. Quem não desiste de tentar menorizar o técnico do FC Porto, há muito tendo esquecido as linhas vermelhas que isolam a dignidade humana e familiar, teve mais uma noite aziaga. As pequenas tricas que servem de arma de arremesso contra Conceição, por não do- brar a espinha, morrem antes de passar a fronteira. O seu le- gado em prol do prestígio do futebol português está patente na Liga dos Campeões, onde repetidamente apresenta o plantel menos valioso mas faz tremer os poderosos.
2 Ao fim e ao cabo o registo que deu pesadelos ao Atlético Madrid foi mais ou menos aquele que também arrasou os nervos de Man. City, Juventus ou Chelsea na época passada. Um técnico português, à frente de um conjunto nacional, que apresenta uma taxa de vitórias na Liga dos Campeões superior a 50%, é um dado tão invulgar como significativo. Há uma besta negra chamada Liverpool
antes do duplo confronto com o Milan, mas a única certeza depois do arranque é que o FC Porto vai mesmo lutar pelo apuramento.
3 Sérgio Conceição, que conheceu a originalidade de ser criticado pela sua postura cordial após o empate em Alvalade, dá bofetadas de luva branca aos seus críticos não quando é levado a perder ocasionalmente a cabeça, mas sim quando toma decisões fora da caixa que nem os seus ‘Conceiçólogos’ mais perspicazes e bem informados antecipam. Para já, recuperou um Corona que parecia condenado a não voltar a calçar; deu uma nova vida a Zaidu que também parecia sentenciado; não abdica do seu controlo com pulso firme de tudo o que se passa no Olival. Mesmo que isso implique deixar reforços caros como Pepê, Wendell ou Grujic à espera de uma oportunidade, mas garantindo que os mesmos correspondem quando são chamados. A realidade não é cor de rosa e o FC Porto tem pela frente uma época dura, frente a rivais com ainda maior potencial do que em 2020/21. Mas o facto de as vozes dos rivais serem as mais incomodadas pelo facto dos dragões não terem vendido os seus craques é revelador do quanto a obsessão pelo êxito de Sérgio Conceição ainda assusta.
DRAGÕES CHEGARAM A INTIMIDAR O ATLÉTICO E
A IMPRENSA ESPANHOLA FICOU RENDIDA