Record (Portugal)

ATITUDE DEU RESULTADOS

GOLEADA NA RESSACA DA NOITE EUROPEIA

- CRÓNICA DE NUNO BARBOSA

As palavras dirigidas por Sérgio Conceição aos jogadores, antes e ao intervalo deste jogo com o Moreirense, tiveram neles o mesmo efeito positivo do hino da Liga dos Campeões. A equipa do FC Porto revelou o comprometi­mento e a atitude competitiv­a exigidos pelo treinador, sobretudo no segundo tempo, e arrancou para a sua maior goleada desta temporada. Foi uma mão cheia de golos, com bis dos inevitávei­s Mehdi Taremi e Luis Díaz, que ao fim do jogo era o líder dos artilheiro­s da Liga Bwin, e outro de Pepê, que se estreou a marcar pelos dragões. Da bandeja de Fábio Vieira, uma das surpresas no onze portista, saíram três entregas de luxo e, na defesa, viu-se solidez suficiente para impôr ao Moreirense o seu primeiro jogo da época sem golos marcados, algo que nem Benfica, nem Sp. Braga, por exemplo, tinham logrado conseguir. Curiosamen­te, a equipa de João Henriques até ameaçou na aurora do jogo manter essa tendência de eficácia, quando a faceta mais masoquista do FC Porto veio ao de cima. Um mau atraso de Marcano para Diogo Costa deixou Rafael Martins perto de lançar o pânico no Dragão, mas o lance acabou anulado. Logo de seguida, Fábio Pacheco tentou de longe, mas a bola saiu ao lado e, para a estatístic­a, só ficou o primeiro remate do duelo. No enredo da partida, por outro lado, esse lance teve o efeito despertar na equipa do FC Porto. Embora o Moreirense se tenha recusado a ver o jogo aos quadradinh­os, que é como quem diz preso no seu meio-campo defensivo, acabou com naturalida­de por entregar o domínio das operações aos portistas e saiu do Dragão com a defesa mais batida do campeonato.

O FC Porto, por seu lado, tinha o ataque mais concretiza­dor da prova, ainda que, também aqui, com a 6ª jornada a decorrer. Em casa, os azuis e brancos mostram-se inabalávei­s, agora com três jogos, três vitórias, 10 golos marcados e nenhum sofridos. Metade dos tentos apontados foram conseguido­s nesta partida onde Sérgio Conceição surpreende­u ao lançar Wendell, Vitinha e Fábio Vieira no onze. Foram três estreias a titular na presente época, com destaque para os dois miúdos da escola do Olival, que muito contribuír­am para a goleada. A vitória portista, contudo, começou a ser construída por Taremi, que ganhou o penálti e converteu-o em golo na parte mais apagada dos portistas. Na complement­ar, tudo fluiu com maior naturalida­de, sob a

MINUTO 52

Pasinato coloca mal a bola em jogo e Fábio Vieira foi o primeiro a chegar a ela. O criativo esperou pelo tempo certo para a soltar em Luis Díaz, que assinou o 2-0 com a eficácia que lhe é conhecida. O golo não só arrumou a questão do resultado como fez ruir o equilíbrio emocional do Moreirense. condução de Fábio Vieira, nessa altura a jogar mais como um 10 do que como segundo avançado. O jovem deu dois golos, quase tirados a papel químico, a Díaz e, depois, foi Taremi a tirar proveito da irreverênc­ia de Vitinha, ao fazer o 4-0 na recarga a um remate do médio. O iraniano só não completou aí o hat-trick, porque, bem antes, o árbitro, que teve uma atuação competente, viu Díaz em fora de jogo e o VAR confirmou. A fechar a contagem surgiu Pepê, também ele assistido por Fábio Vieira, num FC Porto a mostrar no presente que tem um bom futuro.

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