Record (Portugal)

DARWIN A FUNDO

HÁ 39 ANOS QUE A ÁGUIA NÃO CONSEGUIA UM ARRANQUE ASSIM URUGUAIO BISA PELA SEGUNDA JORNADA CONSECUTIV­A E WEIGL TAMBÉM FATUROU

- CRÓNICA DE FILIPE ALEXANDRE DIAS

“Estamos no caminho certo”

Seja bem-vindo a um conto e já se sabe: quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Neste caso, cada conto do Benfica acrescenta-lhe três pontos, ou não fossem todos vitoriosos até aqui. O esquadrão de Jorge Jesus suplantou o Boavista com justiça, cimentou a liderança da Liga Bwin e confirmou o melhor arranque na prova desde 1982/83, quando Eriksson chegou e marcou um ponto de viragem [ver página 3]. Os níveis de adrenalina pós-Champions de que Jesus falou podem ter sido, de facto, mais baixos, mas revelaram-se os suficiente­s para não adormecer o líder, que acordou sempre que o jogo lhe pediu.

O Benfica começou ‘soltinho’, instalado na metade de campo axadrezada e procurando a movimentaç­ão de Darwin da esquerda para dentro, com Rafa a baixar para Yaremchuk subir no lado direito, confundind­o as marcações. Ao receber um passe do ucraniano – solicitado à distância por Lucas Veríssimo - o uruguaio quase faturou aos 8’ e foi numa jogada quase decalcada dessa que Darwin faturou mesmo, seis minutos depois. Simples e eficaz.

O Boavista tinha de se mexer, mas o cenário agravou-se para o lado da turma nortenha, que aos 25’ perdeu Hamache por lesão. À meia hora, o Boavista ‘entrou’ finalmente no jogo, com uma sacudidela dada por Sauer em forma de remate violento, a forçar Vlachodimo­s a defesa apertada. Tanto foi prova de vida que, aos 32’, as panteras chegaram à igualdade pelo ‘tal’ Sauer, num golo de placa. Foi fogo fátuo. O Benfica e Weigl, que compromete­ra, não tardaram a emendar e o alemão devolveu a vantagem de cabeça, cortando a reação contrária. O público empolgava-se, os golos faziam faísca e o Benfica foi para intervalo a justificar a vitória pelo domínio. As notícias após o descanso foram a saída de Diogo Gonçalves para a entrada de Lázaro… e os primeiros remates, que pertencera­m ao Boavista. Os axadrezado­s pressionav­am bem o Benfica na zona intermédia do terreno, até que os visitados acordaram e voltaram a gerar perigo, mas o jogo encostava às duas balizas e ganhava outros contornos. Depois de mais uma ameaça das panteras (por Makouta), Darwin aproveitou a corrida de Rafa na direita após mais um lançamento em profundida­de e ampliou - a troca de galhardete­s foi favorável ao Benfica.

Apesar de se alargarem, as águias continuara­m a permitir que o Boavista invadisse o seu último terço, mas a poucos toques os encarnados nunca perderam a supremacia - Bracali evitou golos de Darwin (72’) e Everton (79’).

O jogo parecia resolvido, mas Musa, num tiro seco, mostrou que não era bem assim e o desafio continuou na mesma toada até ao último suspiro: muita facilidade das duas equipas em chegar ao último terço contrário, num ‘tu cá, tu lá’ constante. João Pedro Sousa ainda arriscou ao lançar o avançado Yusupha no lugar do médio Seba Pérez... em vão. O emblema da Luz continua num arranque imparável.

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