Canto de água gelada
SAMUEL FEZ QUATRO DEFESAS COLOSSAIS, SENDO O GRANDE ENTRAVE NA FASE EM QUE O BENFICA ESTEVE MELHOR
çPaulo Sérgio uma mudança de organização estrutural para o 5x3x2, ante um Benfica que se apresentou mais próximo do 3x4x1x2, com Rafa a surgir nas costas de Yaremchuk e Darwin. Os algarvios não se preocuparam com a superioridade encarnada na primeira fase de construção [1], urdida em 3x2, mas foram extremamente sagazes a promover uma marcação individual a Weigl, João Mário e Rafa [1], perseguidos por Lucas Fernandes, Carlinhos e Pedro Sá, o que retirou capacidade para que a bola entrasse com fluidez no corredor central, até pela quase obrigação de receberem a bola desenquadrados com a baliza de Samuel.
Comisso,oBenfica, que até entrou muito pressionante e reativo à perda, não abichou chegadas com qualidade a zonas de finalização. A primeira ocasião de golo, aos 22’, redundou de uma situação de contra-ataque promovida entre Darwin e Grimaldo no corredor esquerdo, que Yaremchuk não aproveitou, também por mérito de Samuel. Foi a primeira de quatro intervenções colossais do guardião brasileiro, o grande entrave para que as águias, capazes de impor mais velocidade na circulação, chegassem ao golo na sua melhor fase: a segunda metade da 1ª parte.
Na etapa complementar, ante um rival mais encolhido e que sentiu muito mais dificuldades para buscar as saídas longas, o Benfica voltou a patentear amplas arduidades em ser pungente no assalto ao último terço. Houve mérito do Portimonense, pela organização defensiva coriácea que ostentou mas, acima de tudo, muito demérito dos comandados de Jorge Jesus, que não foi feliz nas substituições. O que ajuda a explicar que os encarnados, sempre presos a uma vertigem aflitiva, optando pelas acelerações individuais em detrimento de um futebol associativo, só tenham realizado um remate enquadrado na 2ª parte. Se é certo que o Portimonense acabou por ser extremamente feliz ao chegar à vantagem no aproveitamento de um canto – Lucas Possignolo assaltou o espaço ao primeiro poste entre João Mário e Weigl [2], desfazendo a defesa com clara predominância pela zona do opositor –, o Benfica, mesmo quando JJ recorreu ao 4x4x2/4x2x4 nos instantes finais da partida, continuou a ser uma equipa desequilibrada e, principalmente, muito pouco criteriosa no assalto a zonas de finalização[3].