Fases de maior risco
Outro jogador português que pode ser apontado como (mau) exemplo da sobrecarga de jogos é Bruno Fernandes. O médio do Manchester United fez um total de 72 jogos na temporada passada, sendo que 47 deles foram com cinco ou menos dias de intervalo. E, como aconteceu a muitos outros futebolistas, passou por períodos claramente mais complicados: entre outubro de 2020 e abril deste ano a percentagem de minutos
DE OUTUBRO DE 2020 A ABRIL DE 2021, OS MINUTOS DE BRUNO FERNANDES EM ZONA CRÍTICA RONDARAM OS 80%
na chamada zona crítica rondou os 80%, com os meses mais problemáticos a serem dezembro (8 dos 9 jogos) e fevereiro (todos os 8 encontros). Mesmo no Sporting, clube que trocou pelos red devils em janeiro de 2020, protagonizou algumas fases mais sobrecarregadas: entre janeiro e fevereiro de 2019 só um dos 14 jogos realizados não foi em zona crítica; já em novembro e dezembro desse ano foram 9 dos 11 encontros sem o descanso ideal.
E se tanto Rúben Dias como Bruno Fernandes podem ser considerados como integrantes daquele lote de futebolistas que são mais requisitados ao longo de cada época, seja pelos clubes ou pelas seleções – o chamado grupo de maior sobrecarga –, também os restantes jogadores viram significativamente aumentado o número de minutos em período crítico [ver quadro ao lado]. No que diz respeito àqueles elementos que jogam sobretudo as competições internas (e que podem fazer até quatro jogos internacionais), esse tempo passou de 30,3% em 2018/19 para 42,4% em 2020/21. Uma subida mais pronunciada do que aquela que se verifica num grupo intermédio (aqueles que fazem até um máximo de 15 encontros internacionais por clubes ou seleções), que viram os minutos em zona crítica passar de 51% para 56,6%. Quanto ao grupo de maior sobrecarga, esse valor passou de 60,6% para 67% no mesmo período.