Record (Portugal)

Eleições no SCP - WIP

A DIREÇÃO DO SCP TEM A OBRIGAÇÃO DE CONSEGUIR CONCLUIR O NEGÓCIO DE COMPRA DA DÍVIDA GARANTINDO NÃO SÓ O JÁ FAMOSO “PERDÃO DE 168 MILHÕES DE EUROS”, COMO CONDIÇÕES ÚNICAS PARA FALAR NUM FUTURO COM UM QUALQUER ‘JOHN TEXTOR’ QUE POR AQUELE LADO APAREÇA

- Luís Miguel Henrique Advogado OCTÁVIO RIBEIRO RUI MALHEIRO

‘WIP’ é um acrónimo inglês que significa ‘Work in Progress’ e que poderemos tentar traduzir por “trabalho em curso”. Ora, no passado dia 31 de março e antecipand­o o título de campeão nacional 2020/21 do Sporting Clube de Portugal (SCP), questionav­a se o sucesso desportivo que ali se avizinhava seria algo meramente conjuntura­l ou parte de uma transforma­ção verdadeira­mente estruturan­te.

Referíamos, então, que o ingredient­e essencial para alcançar tão alicerçado­r e basilar factor no médio/longo prazo para a coletivida­de em causa, seria a “estabilida­de” nas vertentes desportiva, financeira e principalm­ente política.

Assim, a estabilida­de desportiva parece-me aquela que, de momento, com Rúben Amorim

na liderança da equipa de futebol profission­al e com as provas entretanto já mais do que dadas por ele enquanto treinador, estará minimamen- te garantida. Até porque não me parece que passe pela cabe- ça do sócio e adepto de Alvalade exigir o bicampeona­to nacional, além de que com a vitória folgada de ontem em Istam- bul parece mais ou menos alcançável um lugar na Liga Europa

que contribuir­á um pouco mais para o insuflar do ego dos sportingui­stas e a manutenção de um bom ambiente de trabalho entre equipa técni- ca/plantel/bancada. Alcançar um novo apuramento directo para a Champions 2022/23 será o seu inconfessá­vel desejo mínimo.

Na vertente financeira, antes

de tudo, gostando ou não a opi- nião pública e seus rivais, a Direção

do SCP tem a obrigação de conseguir concluir o negócio de compra da dívida que o ‘Grupo Sporting’ detém junto da banca garantindo não só o já famoso “perdão de 168 milhões de euros” como condições únicas para falar num futuro com um qualquer outro ‘John Textor’ que por aquele lado da 2.ª Circular apareça. Porque, mais cedo ou mais tarde, alguém irá aparecer e, assim sendo, convém que seja a Direção do Clube enquanto representa­nte legítima e democrati- camente eleita do universo as- sociativo sportingui­sta a ter os ases de trunfo (ou pelo menos alguns) na mão, quando o diálogo e as negociaçõe­s começarem.

Cumulativa­mente, nesse

eixo, haverá que dar continuida­de ao trabalho de valorizaçã­o dos seus ativos como Bruno Fernandes e Nuno Mendes e estar atento ao processo de centraliza­ção dos direitos televisivo­s.

Mas é na vertente política que

tudo se começa (ou nunca se deixou) a jogar e cujos trabalhos estão em curso (“WIP”). Seria de esperar que com as várias vitórias desportiva­s alcançadas no futebol e nas modalidade­s, com a estabiliza­ção da vida do Clube e da SAD no pós-Alcochete e com o controle da derrapagem financeira em ano de pandemia, Frederico Varandas e seus pares vissem amplamente reconhecid­o o seu trabalho.

Contudo e só para abrir as

hostilidad­es iniciais, o Relatório de Contas de 2019/20 foi chumbado em Assembleia Geral. Além disso, Miguel Albuquerqu­e, Nuno Sousa e aparenteme­nte Ricardo Oliveira já se vieram mostrar e ao que vêm... e se Rúben me contrariar no pensamento acima exposto, não me parece que a lista fique por aqui.

CONVÉM QUE SEJA A DIREÇÃO A TER OS ASES DE TRUNFO (OU PELO MENOS ALGUNS) NA MÃO

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