“ACREDITAMOS EM TODOS”
O treinador da equipa B garante que a prioridade não é a subida à Liga 2. O objetivo é continuar a trabalhar em conjunto com Rúben Amorim para colocar o maior número de jovens jogadores no plantel principal
çA subida de divisão é a prioridade na equipa B ou vão continuar a privilegiar a a preparação de jovens para o plantel principal do Sporting?
FILIPE ÇELIKKAYA – É importante referir que o ano passado foi o ano zero, nós antecipámos em um ano a equipa B. Utilizámos sobretudo jogadores provenientes dos escalões de formação do Sporting em que a média de idades era 20,58 anos e, se não estou em erro, este ano baixámos a média consideravelmente. Já utilizámos 25 jogadores, dos quais sete foram juniores e até um juvenil. O foco e aquilo que a estrutura do Sporting pede no momento é desenvolver jogadores para a equipa A. O foco não é a subida de divisão, não há essa preocupação, e digo-lhe que se tivesse à minha frente dois contratos em que um propunha a subida de divisão e zero jogadores na equipa A, e o outro dizia seis jogadores na equipa A e a não subida... eu escolhia o último. É a nossa filosofia e vai continuar a ser.
Mas os rivais competem num escalão acima. Esse facto não deixa o Sporting em desvantagem?
FÇ – A Liga 3 neste momento é bastante competitiva. Estamos a falar das melhores equipas do Campeonato de Portugal que foram todas congregadas na Liga 3. Nós baixámos a média de idades, e estamos a expor os nossos jogadores mais jovens a essas dificuldades. Naturalmente vamos ter
dores de crescimento, não tenho a menor dúvida disso, mas é com o erro e essas dores de crescimento que vamos evoluir. Em relação aos outros clubes, nós não nos comparamos a eles.
Tendo em conta que o objetivo é colocar jogadores na equipa principal, quantos desejam ver subir para considerarem o projeto como um sucesso absoluto?
“NÓS BAIXÁMOS A MÉDIA DE IDADES E ESTAMOS A EXPOR OS NOSSOS JOGADORES MAIS JOVENS A ESSAS DIFICULDADES”
“DÁRIO ESSUGO E GONÇALO ESTEVES? TÊM UMA MARGEM DE PROGRESSÃO ENORME, MAS HÁ MUITOS OUTROS”
FÇ – Isso é muito difícil de prever, mas ficaria satisfeito se alguns jogadores tivessem a capacidade de agarrarem a oportunidade no contexto de equipa A. Ficaria muito feliz se isso acontecesse .
Era habitual falar em três ou quatro jogadores por época...
FÇ – Eu acho muito difícil prever números. Eu ficaria satisfeito se eles conseguissem ficar na equipa A, tendo em conta que ao longo do processo têm várias oportunidades para se mostrarem a Rúben Amorim.
Neste momento é possível definir um lote de seis jogadores que já possam subir?
FÇ – O Rúben Amorim é que tem a palavra máxima.
Mas vocês trabalham em sintonia na Academia...
FÇ – Sim, mas ele é que tem a palavra final. De qualquer das maneiras, a grande maioria dos jogadores que entra no Sporting tem talento, por isso torna-se muito difícil estar a individualizar um ou dois. Nós sabemos que o processo de desenvolvimento de um jogador tem altos e baixos, e trabalhamos diariamente sabendo que daqui a um, dois ou três meses eles podem ter um desenvolvimento exponencial que poderá ser aproveitado na equipa A. Eu ficaria muito satisfeito se isso acontecesse, mas é difícil prever situações dessas.
Mas há jogadores que são chamados mais vezes ao plantel principal: Callai, Geny Catamo, Lucas Dias, Nazinho e João Goulart, que até já se estreou, na Taça de Portugal...
FÇ – Acho que são projetos de jogadores, como todos os outros dentro do Sporting. Eu sei que eles têm talento pois se não o tivessem não estariam aqui, e sei também que não são só esses jogadores. Alguns até tiveram a oportunidade de estar em estágio com a equipa A, mas todos são avaliados e têm a oportunidade de treinar naquele contexto que é muito favorável à avaliação. Se isso acontecer, eu ficaria maravilhado pois é essa a função da minha equipa técnica. Nós queremos deixar estes jogadores preparados para integrar a equipa A, e caminhamos nesse sentido.
O Dário Essugo e o Gonçalo Esteves já jogaram na equipa principal e treinam muitas vezes com Rúben Amorim. Estes jogadores não se mostram desmotivados quando depois jogam na Liga 3?
FÇ – Não sinto isso. São jovens que têm um caminho a percorrer, o seu caminho, que não é igual para todos. Nós estamos satisfeitos com o que têm feito na equipa B, é a única coisa que posso dizer. Sabemos que eles têm uma margem de progressão e um potencial enorme, mas há muitos outros dentro do Sporting que também o têm. Não querendo individualizar acreditamos em todos, e todos terão a sua oportunidade.
Este defeso também contrataram Marsà ao Barcelona. Acredita que será possível ir buscar mais jogadores a grandes clubes?
FÇ – Jovens jogadores no mercado nacional e internacional, com potencial para desenvolver dentro do nosso clube, têm de ser aproveitados... Se houver essa possibilidade.
O que tem o Marsà de diferente dos centrais que cresceram na Academia?
FÇ – Ele ainda só tem um jogo na equipa B pois esteve lesionado, mas a questão nem é essa. Quando contratamos um jogador acreditamos que ele tem margem de progressão dentro
do nosso contexto. E isto não é só com o Marsà, mas com todos os jogadores que integram os quadros do Sporting, sejam da equipa B, dos sub-23, dos sub-19 ou dos sub-17. Criamos uma expectativa de que eles possam evoluir connosco.
O que pode prometer aos adeptos este ano na equipa B?
FÇ – Muito trabalho e que os jovens jogadores vão continuar a evoluir da melhor forma possível. Também quero agradecer o carinho que nos têm dado em todos os jogos oficiais pois têm sido inexcedíveis. Os jogadores sabem disso, por isso estamos contentes.