A era dos ÁhÁhÁh...
OS AVANÇADOS DAS PRINCIPAIS EQUIPAS NACIONAIS PRECISAM DE MUITAS OPORTUNIDADES PARA MARCAR. MESMO ASSIM, POR VEZES, DÁ PARA GANHAR. MAS EM CERTAS PARTIDAS... É IMPOSSÍVEL
Com um ambiente fabuloso nas bancadas, o Benfica baqueou frente ao Bayern, num jogo que só Jorge Jesus achou equilibrado. O técnico do Benfica também elogiou o guardião Neuer e omitiu as grandes defesas de Odysseas.
É certo que o jogo só ficou decidido com o desastre Everton.
O brasileiro não sabe defender e só a espaços ataca com propriedade. É um corpo estranho nesta equipa do Benfica, que o deveria vender pela melhor oferta já em janeiro. Mas o responsável por aquela desastrosa cabeçada é Jesus, que elegeu Everton para a primeira substituição não forçada. Menos integrado, mais apopléctico, do que Everton, só Taarabt. Neste caso, Rui Costa deveria levar o marroquino ao colo até qualquer clube que aceite pagar-lhe o salário. Mas Jesus insiste e insiste. Insiste mais do que faria se qualquer destes jogadores tivesse 20 anos e fosse fruto da formação do Benfica.
É certo que, até à falta gratuita de Otamendi que gera o 0-1,
o Benfica poderia vencer. Mostrou essa capacidade em vários contra-ataques venenosos. Mas os avançados do Benfica precisam de muitas oportunidades para marcarem um golo.
Apesar das saborosas vitórias de FC Porto e Sporting,
apesar dos milagres que a competência dos técnicos por- tugueses muitas vezes operam, nunca é de mais repetir: enquanto não se atenuar o sa- que fiscal sobre os salários dos jogadores, os clubes portugueses tenderão a derrapar para a cauda da Europa. Claro que sob saque fiscal estamos todos. Mas, enquanto este esbulho coletivo não se resolve (e não se vislumbram sinais desse desígnio se tornar possível), pelo menos esta área tão relevante para a imagem nacional deveria merecer uma especial atenção dos decisores políticos.
O milagre do Dragão fundou-se numa vontade indómita de vencer.
Como os da Luz, também os avançados do Porto precisam de muitas oportunidades para conseguir acertar nas redes. Sem esse défice de qualidade finalizadora, o Milan poderia ter saído vergado a uma derrota pesada. Em todos os grandes estamos na era do ÁhÁhÁh, sempre repetido quando mais uma bola vai ao lado.
Até na Turquia exclamámos várias vezes ÁhÁhÁh.
Mesmo com goleada, a capacidade de concretização esteve longe do aceitável. O Sporting venceu com mérito e facilidade pois só teve um Matheus Reis. Defrontou uma equipa que tem quatro ou cinco com idêntica falta de dimensão.
O Sp de Braga também venceu com desperdício de caudal ofensivo.
No caso do Braga, há um constante enigma: será que a equipa teme esmagar, logo que se encontra em vantagem? É um incómodo ver.
JESUS INSISTE E INSISTE EM EVERTON E TAARABT. MAIS DO QUE FARIA COM JOVENS DA FORMAÇÃO