SONHO DE ENZO COMEÇA NO CIMENTO
Médio foi treinado pelo pai no típico clube de bairro onde faltava a luz e se praticava boxe
Enzo Fernández é um dos nomes que promete animar o mercado de transferências e deixar milhões nos cofres do Benfica, colecionando elogios pelo desempenho no Mundial com a camisola da Argentina. Contudo, o arranque foi complicado e o pai, Raúl, teve um papel fundamental ao ser o primeiro treinador.
Enzo começou a jogar no humilde La Recova, clube de bairro com um campo de futebol em cimento e onde se praticava boxe, quando o seu pai treinava os iniciados. “Tivemos um problema com a eletricidade e, muitas vezes, quando o Enzo se atrasava a luz caía. Nunca soubemos o que era. Ele ficava zangado se não jogasse e, por vezes, punhamo-lo no escalão acima porque ele não queria perder nenhum jogo”, recorda Agustín Ardiles, presidente do clube na altura ao ‘Clarín’, jornal que viajou até às origens do médio. Depois de uma infância humilde – o pai trabalhou numa empresa metalúrgica e atualmente ainda é funcionário de uma fábrica de tintas –, Enzo chegou ao River Plate depois de Pablo Esquivel, treinador de uma equipa adversária do La Revoca e olheiro dos milionários, o ter indicado. No início teve de lutar imenso pois em termos físicos estava atrás dos colegas, o que o obrigou a treinar sozinho fora da competição. O destino quis que Enzo – assim baptizado pela devoção da sua família a Enzo Francescoli – chegasse à seleção para jogar um Mundial ao lado de Messi, a quem escreveu uma carta aberta em 2016 a apelar para reconsiderar e não renunciar a representar a Argentina.
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QUANDO CHEGOU AO RIVER, INDICADO POR UM OLHEIRO QUE TREINAVA UM RIVAL, ERA ALGO DÉBIL FISICAMENTE