FULGOR DA PANTERA ESMAGOU ALGARVIOS
Audácia do Boavista mandou sempre no jogo, mas só teve reflexos depois do descanso
Um jogo que até aos 50 minutos quase não teve ponta por onde se lhe pegar, tal foi a dimensão do calculismo com que o Portimonense abordou a visita ao Bessa, subitamente transformou-se num carrossel de emoções capaz de entusiasmar o mais céptico dos adeptos e terminou com o Boavista a temperar com espumante a melhor 1ª volta desde que regressou à Liga Bwin. Na teoria, os axadrezados só chegam a meio do campeonato quando disputarem o jogo em atraso com o Estoril, referente à 14ª jornada, mas na prática a formação de Petit completou ontem 17 jogos no campeonato. Desta feita com um triunfo voraz que nasceu das emoções que os três golos apontados no espaço de cinco minutos, logo no arranque da 2ª parte, conferiram à dinâmica dos dois emblemas após uma etapa inicial tão tépida como a água de banho de um bebé.
Eficiência que ajuda a compreender a volatilidade do resto do encontro e, ao mesmo tempo, os moldes do descarrilamento de um Portimonense que não teve outra alternativa que não correr riscos depois de estar a perder por 2-0, mas, à imagem do que sucedeu na jornada anterior, em Arouca, voltou a cometer muitos erros básicos na circulação e pagou caro a acutilância das transições do Boavista.
Prémio ajustado para quem tentou sempre tirar algo mais do jogo do que o empate, ao passo que o Portimonense deixou escapar o pouco discernimento que lhe restava após o passe comprometedor na zona de construção com que Mangas voltou a colocar o Boavista com dois golos de vantagem. Zona de conforto à entrada da reta final já com o Boavista em bloco baixo precisamente à espera do tudo ou nada sem nexo dos algarvios para explorar uma mão cheia de saídas rápidas e ainda voltar a ampliar o marcador, até a meia distância de Estrela sentenciar o desaire.
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SEIS GOLOS NA 2ª PARTE CONFERIRAM UM ENTUSIASMO INVULGAR A UMA PARTIDA ATÉ ENTÃO QUASE APÁTICA