Record (Portugal)

Morita partiu o espelho

-

Artur Jorge quis surpreende­r Rúben Amorim ao espelhar a organizaçã­o estrutural do Sporting. Assim, o Sp. Braga, que não contou com Ricardo Horta, partiu de um 5x2x3 em momento defensivo [1] mas, em vários momentos com bola, fruto da mobilidade de Iuri Medeiros, procurava metamorfos­ear-se num 3x5x2, de forma a ganhar superiorid­ade no corredor central. Já o Sporting, que se desdobrava, em momento ofensivo, num 3x2x5 [1], projetando Esgaio e Nuno Santos nas alas, contava com Chermiti como referência. Contudo, sobressaiu o papel de Morita no centro-esquerda do meio-campo

[1], ao alternar movimentos à largura, posicionan­do-se fora do bloco rival para escapar ao raio de Musrati, com o assalto à profundida­de nas costas do líbio [3], diligencia­ndo algumas trocas posicionai­s e acutilante­s com Pote.

Desconfort­ável no jogo, fruto da opção por uma estrutura inabitual, o Sp. Braga sentiu amplas arduidades para estabelece­r ligações, perdendo velozmente a bola, e nunca encontrou a solidez em momento defensivo. O que consentiu que o Sporting, belicoso nos duelos e sagaz a circular a bola entre os três corredores, se superioriz­asse, encontrand­o espaços para assaltar o último terço. Seria através de bolas paradas laterais, que desnudaram fragilidad­es da defesa densa – 11 jogadores dentro da área [2] – e com predominân­cia zonal dos guerreiros, que os leões criaram as principais oportunida­des da etapa inicial, desmurando o nulo. Muito mérito de St. Juste, pungente a libertar-se ao segundo poste de forma a atacar o cruzamento de Nuno Santos, a oferecer o 1x0 a Morita [2], arguto a libertar-se de Musrati [2] e a bater o guardião Matheus.

Com Niakaté amarelado, esperava-se que Artur Jorge operasse, ao intervalo, uma mudança estrutural, abdicando dos três centrais e fazendo a equipa regressar à zona de conforto tática. O que não sucedeu. E, dificilmen­te, os bracarense­s podiam prever um pior início de segunda parte. Além de Morita, após um calcanhar açucarado de Chermiti, ter bisado, na sequência de um lance em que o Sp. Braga permitiu uma contratran­sição – iniciada em Ugarte – ao Sporting, que chegou em superiorid­ade a zona de finalizaçã­o, Niakaté, pouco depois, seria expulso, obrigando a uma reorganiza­ção em 4x4x1. O que adensou, até aos 70’, o registo de partida de sentido único, com os leões, na metamorfos­e de uma transição ofensiva – após nova recuperaçã­o de Ugarte – e num contragolp­e, a dilatarem o marcador com a nota artística de Edwards. Artur Jorge, de forma a evitar uma derrocada similar à da Taça da Liga, passou a defender com uma última linha com 6. Só que a formação de Alvalade, com Matheus e Pote, repetiu o 5-0.

 ?? ??
 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal