Record (Portugal)

“Cada vez mais jogos e nós num corrupio”

Calendário não oferece 72 horas reais de recuperaçã­o entre jogos e justifica elevado número de lesões

- NUNO BARBOSA

Sérgio Conceição confirmou, em conferênci­a de imprensa, no Olival, que tem oito baixas por lesão para o jogo de hoje, frente ao Rio Ave. Um cenário assustador que nem sequer lhe permite fazer qualquer tipo de gestão em função do jogo imediatame­nte a seguir, frente ao Inter, em Milão, para a Liga dos Campeões. Posto isto, o treinador abriu uns parênteses para revelar a conclusão a que chegou, na sequência de reuniões e debates que teve sobre o assunto, justifican­do o elevado número de problemas físicos com

a densidade do calendário no pré e no pós-Mundial do Qatar. “É fácil perceber o porquê destas lesões. O calendário ficou completame­nte denso, antes e depois do Mundial. Entre 7 de janeiro e 12 de fevereiro fizemos 10 jogos, mas não são só os jogos”, arrancou o treinador do FC Porto, prosseguin­do nas explicaçõe­s: “Está provado que tudo o que seja quatro dias ou menos, aumenta

TÉCNICO CHAMOU OS ADEPTOS AO DRAGÃO PARA COLMATAR AS BAIXAS E DEU A TÁTICA: “APOIEM DO INÍCIO ATÉ AO FIM...”

seis vezes o risco de lesão. Estou a lembrar-me da ‘meia’ e da final da Taça da Liga e mais um ou outro jogo… Temos de olhar para as 72 horas, se são mesmo 72 horas, porque não são. Cada vez mais as operadoras, quem tem os direitos televisivo­s quer mais jogos, jogos de qualidade e nós temos de andar num corrupio de viagens. Se vou a Viseu e jogo às 20.45 horas, chego ao Dragão às 3.30 horas e os jogadores chegam às 5 horas a casa não são 72 horas. É muito menos. Há que refletir muito. Não só eu”, sugeriu o treinador.

O mal está feito e por isso vai encarar o Rio Ave sem Meixedo, Wendell, Fábio Cardoso, Otávio, Uribe, Veron, Galeno e Evanilson. Nesse sentido, Conceição convocou os adeptos para o jogo no Dragão e até lhes deu a tática: “Não tendo gente para completar o banco, peço que o 12º jogador, neste caso o 19º e o 20º, seja o público. Porque se há dia em que vamos precisar de apoio é este. Isto é um apelo que faço a sócios, simpatizan­tes, adeptos, pessoas que gostam da cor azul e branca e têm o dragão como emblema. Vamos ter momentos difíceis no jogo e precisamos disso certamente.

Lembro-me de uma ou outra assobiadel­a contra o Vizela depois de termos vencido a Taça da Liga, o que é absolutame­nte normal. Temos adeptos exigentes que querem sempre ver a equipa a cilindrar, mas nem sempre é possível. Perceber o momento é importante e daí o meu apelo para que nos possam apoiem do início ao fim.” A resposta foi imediata, já que o FC Porto informou ontem que 42 mil já garantiram bilhete. “É impossível pensar no próximo jogo. Que gestão? De quem? De jogadores que não existem? Temos de olhar para este jogo como uma final. A nossa Liga dos Campeões é amanhã [hoje] contra o Rio Ave”, concluiu Sérgio Conceição, impossibil­itado de olhar com antecedênc­ia para o Inter Milão.

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