“Não tenho medo de Pinto da Costa”
À saída do tribunal, o comentador confessou ter “pena” que o FC Porto o continue a “perseguir”
Pedro Guerra esteve presente, ontem, na sessão de julgamento do processo que lhe foi movido pelo FC Porto, por Pinto da Costa e Luís Gonçalves, relativamente às declarações do comentador num programa televisivo em 2018. À saída do Tribunal do Bolhão, no Porto, o comentador, acusado de dois crimes de difamação e de um de ofensa a organismo, apontou ao presidente dos dragões. “Tenho pena que o FC Porto me continue a perseguir, mas não tenho medo do senhor Pinto da Costa. Quem não esteve aqui hoje foi ele”, disse, sustentando a sua defesa na liberdade de expressão: “No dia em que, em Portugal, as pessoas não puderem dizer aquilo que pensam, muito mal estará o país. Se compreendo a queixa do FC Porto? Claro que não, é uma forma de pressão a que nos habituou e que me têm feito a mim. Apenas questionei porque é que um árbitro tinha sido mudado. Acham normal que um árbitro seja mudado e o Conselho de Arbitragem, e essa foi a minha preocupação, não tenha esclarecido?” Recorde-se que, no início deste mês, na segunda sessão do julgamento, à qual Pedro Guerra não compareceu, Pinto da Costa referiu que o arguido “anda a fugir ao Tribunal”.
Na audiência de ontem, convidado pela juíza a pronunciar-se sobre o processo, Pedro Guerra foi lacónico: “Para já, não quero falar, mas o que acabei de ouvir [da parte da acusação] é inacreditável.” Os factos na génese do processo remontam a 2018, quando o comentador aludiu à substituição do árbitro Fábio Veríssimo por Carlos Xistra, antes de um jogo entre a B SAD e o FC Porto, deixando no ar uma alegada interferência dos responsáveis azuis e brancos. Ontem, o FC Porto esteve representado pela advogada Inês Magalhães.
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A CÃO MOVIDA PELOS DRAGÕES APONTA PARA DOIS CRIMES DE DIFAMAÇÃO E UM DE OFENSA A ORGANISMO