PAULINHO É LÍDER SEM BRAÇADEIRA
Voz ativa no balneário, avançado pode subir oficialmente ao grupo de capitães em 2023/24
“Amorim sabe que eu não sou só golos.” A frase de Paulinho fez a capa de Record no dia seguinte à apresentação do avançado como reforço do Sporting, em fevereiro de 2021. Duas épocas depois, a ideia continua atual e até adquiriu maior significado.
Além do trabalho coletivo e dos golos, como aquele que deu a vitória aos leões em Portimão (12.º da época e 29.º em 90 jogos no clube), o internacional português, de 30 anos, com contrato até 2026, tornou-se um dos jogadores mais influentes e respeitados no balneário, ao ponto de ser chamado por Rúben Amorim a falar aos companheiros em diversas situações, algo que em regra é reservado
“SEMPRE MOSTROU APTIDÃO PARA A BRAÇADEIRA. GOSTA DEMASIADO DE GANHAR”, EXPLICA ÁLVARO MAGALHÃES
aos líderes do grupo. Paulinho, mesmo sem a braçadeira, goza desse estatuto e, a partir de 2023/24, ele poderá passar a ser oficial, com a promoção ao lote de capitães. Uma responsabilidade que o minhoto já assume na prática, desde logo junto dos mais novos, ora para brincar, integrar ou distribuir conselhos (como tem feito com Chermiti), ora para corrigir, repreender ou dar ‘broncas’ (como aconteceu na Dinamarca com Ugarte, após um cartão amarelo escusado).
Disciplina e personalidade
Nada disto é novo para o experiente camisola 20, que foi capitão no Gil Vicente e no Sp. Braga, percebe a importância de ser apoiado (daí ter recorrido à ajuda do psicólogo Pedro Almeida esta época) e admite um dia fazer carreira de treinador (tem o nível 1 do curso). “Ele sempre mostrou aptidão para usar a braçadeira. Tinha a palavra certa no momento certo e algo que eu adoro: gosta demasiado de ganhar e passa isso aos companheiros”, conta Álvaro Magalhães, que escolheu Paulinho para capitão no Gil Vicente, em 2017. “Tinha jogadores mais velhos do que ele no plantel mas escolhi-o pelo rigor, disciplina e personalidade. Era um bocadinho vaidoso mas um líder claro, que sabia colocar limites. Todos os respeitavam”, acrescenta Álvaro.
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