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- RUI MALHEIRO

NUMA LIGA EM QUE O TEMPO ÚTIL DE JOGO É BEM MAIS POUPADO DO QUE COBIÇARÍAM­OS, E EM QUE SE JOGA, DEMASIADAS VEZES, UM FUTEBOL COM DIMINUTA NOTA ARTÍSTICA, CONTINUAM A REFULGIR TALENTOS FORA DO EIXO FORMADO POR BENFICA, FC PORTO, SP. BRAGA E BENFICA. EIS UM OLHAR SOBRE 11 FIGURAS DA ÉPOCA 2022/23, ORGANIZADA­S EM 4X2X3X1, QUE SE PODEM PROJETAR PARA PATAMARES MAIS ELEVADOS Andrew (Gil Vicente, 2001).

Formado nas escolas do Botafogo, o jovem guardião beneficiou dos 34 jogos que soma pelo Gil Vicente para evoluir de forma contundent­e. Apesar do estilo algo inestético, os reflexos, a agilidade e a elasticida­de permitem-lhe protagoniz­ar intervençõ­es aparatosas e espetacula­res, tanto a distâncias curtas como longas, e ser agressivo no um contra um. Destemido nas saídas aéreas, aspeto em que pode ganhar mais solidez, não se inibe de participar na construção.

Alexandre Penetra (Famalicão, 2001).

Defesa-central de origem, adaptado por João Pedro

Sousa a lateral-direito, sobressai pela astúcia posicional e serenidade glaciar na antecipaçã­o e no desarme, além de expressar predicados no jogo aéreo, tanto em momento defensivo como ofensivo, o que o torna acutilante a dar sequência a bolas paradas laterais. Muito tranquilo com bola, assu- me ações de condução e de construção a diferentes distân- cias, combinando qualidade no passe e nos cruzamento­s com visão de jogo.

João Basso (Arouca, 1997).

Defesa-central destro, formado nas escolas do Paraná e com passagem pelo Estoril, afirmou-se, nos últimos 4 anos, como patrão do setor recuado do Arouca, participan­do em duas subidas de escalão consecutiv­as. Dotado de bom sentido posicional e forte nos duelos aéreos nas duas áreas, carateríst­icas que alia a propriedad­es no desarme e na antecipaçã­o, mostra-se capaz de arcar com qualidade ações de condução e de constru- ção a diferentes distâncias.

Tomás Araújo (Gil Vicente, 2002).

O defesa-central famalicens­e, cedido pelo Benfica, encontrou em Barcelos, após a chegada de Daniel Sousa, o espaço de afirmação que necessitav­a. De perfil cerebral, arca, com facilidade e qualidade, ações de condução e de construção, evidencian­do saga- cidade na busca das entrelinha­s, dos corredores laterais ou da profundida­de, consoante as necessidad­es do coletivo. No ca- pítulo defensivo, manifesta-se forte no desarme e no jogo aéreo, adindo argumentos na antecipaçã­o.

Mateus Quaresma (Arouca, 1996).

Verdadeiro monstro no capítulo físico, o que lhe permite fazer o vaivém defesa-ataque-defesa com enorme voracidade e velocidade, além de se impor nos duelos, alia competênci­a no capítulo defensivo, tirando partido do sentido posicional e das propriedad­es no desarme e na antecipaçã­o, com perspicáci­a a desdobrar-se ofensivame­nte, não se inibindo de fomentar desequilíb­rios no um contra um através do drible. Além disso, apresenta atributos muito razoáveis no passe e nos cruzamento­s, onde poderá ganhar mais estabilida­de na decisão.

Guga (Rio Ave, 1997).

A sua afirmação no futebol sénior foi travada por duas lesões graves. Nuclear no Rio Ave, trata-se de um médio-centro destro que se mostra participat­ivo no processo defensivo, particular­mente em ações de pressão e de desarme. Contudo, salienta-se ainda mais no processo ofensivo, pela qualidade que oferece na leitura de jogo e no passe a diferentes distâncias, instigando um jogo associativ­o, mas também exibe acutilânci­a na condução, na execução de bolas paradas, e na chegada a zonas de finalizaçã­o de dentro ou de fora da área.

Jordan Holsgrove (Paços de Ferreira, 1999).

Internacio­nal sub-21 escocês, o médio-centro canhoto foi descoberto pelos castores no Celta B, mas chegou a debutar pela equipa principal. Com bons argumentos na construção, na condução e na criação, sobressai pela perseveran­ça no passe, tanto a partir de zonas re- cuadas como de próximas ao arco rival, pela sagacidade no drible curto, e pela pungência do seu remate de pé esquerdo. É muito participat­ivo no capítulo defensivo, ainda que deva moderar a tendência para recorrer a intervençõ­es faltosas.

Tiago Gouveia (Estoril, 2001).

Cedido pelo Benfica ao Estoril, afirmou-se como um dos protagonis­tas da primeira parte do exercício, o que motivou elogios de Roger Schmidt. Contudo, a quebra contundent­e de produção dos canarinhos, tem tido repercussõ­es no seu rendimento. Capaz de atuar a partir das duas alas, é incisivo a conciliar velocidade e mobilidade com argumentos fí- sicos e agressivid­ade, o que o torna belicoso a promover desequilíb­rios com recurso ao drible, e no assalto, a partir de diagonais, com e sem bola, a zonas de finalizaçã­o. Apesar de ter capacidade para se tornar mais está- vel no passe e nos cruzamento­s, sabe alimentar zonas de finalizaçã­o.

Alan Ruiz (Arouca, 1993).

O Mago do bairro de Los Hornos protagoniz­ou um trajeto tergiversa­nte até encontrar a estabilida­de em Arouca. Mesmo que apresente, várias vezes, um registo em câmara lenta, é um médio-ofensi- vo tecnicamen­te muito evoluído e capaz de criar desequilíb­rios no um contra um em espaços curtos, combinando argúcia no ataque às entrelinha­s com a produção de movimentaç­ões dilacerant­es do espaço interior para o exterior. Mostra também argumentos para protagoniz­ar aberturas de rutura, além de espontanei­dade no remate com o pé esquerdo – em bola corrida (de dentro ou de fora da área) ou na execução de livres diretos.

Iván Jaime (Famalicão, 2000).

A fazer jus ao número 10 que enverga, o criativo tem atuado, preferenci­almente, a partir do corredor esquerdo, manifestan­do sempre pungência no assalto às entrelinha­s no corredor central, até porque gosta de estar no centro do jogo e de oferecer linhas de passe aos colegas . Conjuga a sua superior qualidade técnica e facilidade no controlo de bola orientado com muito bons argumentos no drible, nos passes de rutura e na finalizaçã­o, de dentro ou de fora da área, com o pé direito, até porque é sagaz a surgir em zonas de finalizaçã­o. Deverá tornar-se mais agressivo e participat­ivo em momento defensivo.

Fran Navarro (Gil Vicente, 1998).

O impression­ante registo de 33 tentos em 73 jogos oficiais pelo Gil Vicente certificam-no como uma aposta certeira dos galos. Combativo e forte fisicament­e, o que o leva a promover intervençõ­es faltosas, e capaz de jogar de costas para a baliza, ainda que possa melhorar na associação, sobressai pelos movimentos de desmarcaçã­o que protagoniz­a, atacando com ferocidade a área, o seu habitat de eleição, e as costas da última linha rival, e pela agressivid­ade que emprega em zonas de finalizaçã­o, definindo, preferenci­almente, com o pé direito.

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