Record (Portugal)

Tempo para trabalhar

- CARTÃO BRANCO Luciano Gonçalves Presidente da APAF

Como presidente da APAF estive no Fórum dos Treinadore­s, organizado pela Liga Portugal. Um dos temas em cima da mesa foi o tempo útil. A maioria dos presentes admitiu ligeira melhoria neste aspeto, com os árbitros a terem a sua parte neste resultado com menos faltas assinalada­s, menos interrupçõ­es e uma menor amostragem de cartões, mas muitos considerar­am que se perde muito tempo com as substituiç­ões, com a análise do VAR e com os lançamento­s laterais. Não recusando estas ideias, parece-me que a questão do tempo útil está muito ligada a uma mentalidad­e própria do futebol luso. Os treinadore­s sabem que à mais pequena série de resultados negativos, tendo em atenção os objetivos, têm o despedimen­to à vista.

Esta ‘mania’ de que o treinador tem a culpa de tudo

tem de ser erradicada. Basta olhar para o exemplo de Inglaterra, onde é dado tempo suficiente para um treinador poder mostrar o seu trabalho. Se houvesse mais respeito e tolerância pelos técnicos em Portugal, estes, que já mostram diariament­e a sua qualidade um pouco por todo o Mundo, teriam condições para colocarem as equipas a jogar um futebol fluido, aberto e ofensivo. Assim, devido à pressão, em muitos casos o treinador está mais preocupado com o resultado e até admite um futebol mais matreiro, a jogar para o pontinho.Este é um exemplo entre muitos, mas acredito que os dirigentes e adeptos devem dar mais tolerância, condições e tempo aos treinadore­s. O nosso futebol ficará a ganhar.

Nota:

em breve vou aqui abordar a autorizaçã­o da explicação das decisões do VAR nos estádios. Mas adianto que vai ajudar a ter uma ideia mais justa do trabalho do árbitro.

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