“Peditórios comigo não funcionam”
Técnico voltou a lembrar que as escolhas são feitas consoante os interesses do coletivo e assumiu que a equipa está no caminho certo
As vitórias convincentes frente ao Estoril e Sp. Braga transmitiram uma imagem positiva da equipa do FC Porto, talvez a mais consistente da presente época. Uma mudança que coincidiu com a aposta no sistema de 4x2x3x1. Ora, Sérgio Conceição lembrou que a alteração tática se enquadra nos “jogadores disponíveis” e não em pedidos do exterior. “Vamos mudando ao longo do
tempo quando queremos alterar algo dentro do que é a nossa estrutura ou dentro do que fazemos habitualmente como sistema tático. Se queremos só mudar de um momento para o outro, porque entretanto houve um peditório para a ‘igreja FC Porto’, e temos de meter os jogadores que, a olho, parecem os mais bem apetrechados para dar espetáculo para as bancadas, isso não funciona comigo”, destacou o técnico, de 49 anos, explicando a sua escolha. “Se estamos a jogar num 4x4x2 ou num 4x3x3, às vezes dentro do mesmo jogo, isso requer trabalho. Estamos a falar de características diferentes, com jogadores como o Francisco e o Galeno a explorarem espaços exteriores. Não se estala o dedo e agora vamos jogar em 4x3x3 de um momento para o outro por parecer que esses são os jogadores com mais qualidade. Já alterámos a nossa forma de jogar mais de 10 vezes ao longo destes sete anos, e para sermos diferentes e eficazes no jogo tem que haver muito trabalho. Claro que os jogadores são os grandes obreiros, porque percebem o que queremos em função da equipa, mas temos de ir ajustando uma ou outra situação aos adversários, quer no campeonato quer na Liga dos Campeões, onde olho bastante para os adversários, de forma a anular e explorar algumas fragilidades que possam ter”, apontou.
Subida de rendimento
Questionado novamente sobre o baixo número de golos da equipa no campeonato, Conceição reforçou a ideia de que ficaria contente se vencesse todos os jogos por 1-0. Em todo o caso, entende que os últimos indicadores são mais favoráveis. “Bastariam 34 golos para sermos campeões, se não sofrêssemos nenhum. Ganhávamos 1-0 todos os jogos e éramos campeões... Os últimos resultados e as últimas exibições coincidem com bons resultados e resultados mais volumosos, o que indica que estamos no caminho certo. Se pudermos fazer mais golos para nos tranquilizar ainda mais e para que o espetáculo seja ainda melhor, ficaríamos contentes. Se só ganharmos por 1-0, também fico contente, porque vivemos de resultados. Com grandes exibições e perdendo 1-0, acho que os adeptos do FC Porto não ficariam muito satisfeitos”, lembrou.
“JÁ ALTERÁMOS A NOSSA FORMA DE JOGAR MAIS DE 10 VEZES AO LONGO DESTES SETE ANOS. PARA SERMOS EFICAZES TEM DE HAVER MUITO TRABALHO”
“BASTARIAM 34 GOLOS PARA SERMOS CAMPEÕES, SE NÃO SOFRÊSSEMOS NENHUM”