“BOLA DE OURO E THE BEST ESTÃO A PERDER CREDIBILIDADE”
“SEI QUE AINDA TENHO MUITO POTENCIAL PARA DAR E SEI QUE POSSO MARCAR MUITOS GOLOS PELO AL NASSR E PELA SELEÇÃO”
“NÃO É DIZER QUE O MESSI NÃO MERECIA, OU O HAALAND OU O MBAPPÉ [...] JÁ NÃO ACREDITO MAIS NESSES PRÉMIOS”
Já ganhou muitos prémios, mas um prémio com o nome e a figura de Diego Maradona e outro com 5 milhões de votos dos fãs têm um sabor especial?
CR – Como disse na gala, são dois prémios que não tenho no meu museu. Por isso, deixa-me muito feliz, especialmente o do Maradona [Cristiano Ronaldo olha para o troféu], que infelizmente já não está entre nós e que foi um jogador que sempre admirei. E também, como digo sempre, o dos fãs também é muito importante porque os fãs vão aos estádios para nos verem e pagam bilhetes para verem o futebol. E é o de melhor jogador do Médio Oriente, porque como estava habituado a jogar na Europa, tive oportunidade de ganhar algumas vezes este prémio, mas do Médio Oriente é a primeira vez. Sinto-me feliz, sabendo que a época que fiz foi muito boa e é sempre bom receber prémios desta magnitude.
Ⓡ Essa época que menciona: 54 golos em 2023, ano em que nenhum jogador marcou mais golos do que o Cristiano Ronaldo. Acha que surpreendeu algumas pessoas? E surpreendeu-o a si de alguma forma?
CR – Acaba por surpreender se voltarmos atrás e virmos o que aconteceu no Manchester United e na Seleção, em que as pessoas já me davam como perdido. A verdade é que concentrei-me, fiz uma excelente pré-época no Al Nassr, com a equipa técnica liderada pelo míster Luís Castro, importante na minha motivação
para fazer uma excelente época. Surpreendeu-me nessa vertente, mas não me surpreendeu ter ganho. Porque sei que ainda tenho muito potencial para dar e sei que posso marcar muitos golos pelo Al Nassr e pela Seleção. Por isso, foi um ano espetacular a nível pessoal.
Ⓡ Estamos no Globe Soccer Awards, mas os golos podem também levar a outros prémios. Acredita que vamos voltar a ver Cristiano Ronaldo novamente na lista dos finalistas da Bola de Ouro e do The Best, mantendo o rendimento e o nível?
CR – Nós sabemos como é que os outros organismos funcionam. Obviamente, eu penso sempre primeiro no meu clube e na Seleção. Os prémios vêm depois de uma boa época no clube e na Seleção. Não penso muito nisso, sinceramente. Como você disse e bem, os 54 golos que fiz, pode haver quem diga que é mais fácil porque estou na Arábia Saudita. Mas os profissionais de futebol sabem que é difícil marcar golos, tanto na Arábia Saudita como em Itália, Espanha ou Portugal. Golo é golo. De certa forma, sinto-me ainda mais orgulhoso por ter batido Haaland, Mbappé e Kane.
Ⓡ Incomoda-o que se refiram à Arábia Saudita como um campeonato com menor visibilidade? Por exemplo, Lionel Messi venceu recentemente o The Best e jogou praticamente o ano todo nos Estados Unidos, que também não tem a visibilidade do futebol europeu…
CR – Já estou habituado e sei
como funcionam esses organismos. Para ser sincero, não vi a entrega do The Best...
Ⓡ Mas deu polémica por causa da escolha do vencedor…
CR – Acho que, de certa forma, esses prémios estão a perder credibilidade. Temos de analisar a época inteira. Não é dizer que o Messi não merecia, ou o Haaland ou mesmo o Mbappé. Eu, simplesmente, já não acredito mais nesses prémios. E não é por ter ganho nos Globe Soccer. Mas são factos, são números. E os números não enganam. Não me podem tirar este troféu porque é uma realidade. Por isso, deixa-me ainda mais feliz, porque os números são factos.