Para além da competição
Há dias voltou ao COP um dos maiores especialistas em carreiras desportivas de alto rendimento, o psicólogo Paul Wylleman. A sua forma tão clara de apresentar as evidências revela a importância de cada passo que o atleta dá. Desde que começa a sua carreira desportiva, até que dela se retira. Torna-se por isso necessário que se vá a cada momento olhando para trás, numa perspetiva de planeamento futuro. Um processo contínuo…
Outro dado importante a reter do seu estudo
é que, estatisticamente, 80% das transições de carreira são bem-sucedidas. Apesar de a dificuldade em as concretizar nesse sentido se verificar árdua, com um esforço praticamente unilateral, do atleta. Por isso, na sua perspectiva, existe a necessidade de questionar “onde está a consciência nacional sobre a contribuição que os atletas de elite dão à sociedade?”
Acontece que na semana passada
se publicou em Diário da República a concretização de algumas reivindicações há muito apresentadas como fundamentais. Há mais de duas décadas que a Comissão de Atletas Olímpicas se empenha neste sentido e, ainda assim, há um longo trajeto a percorrer. É disso exemplo a não contabilização dos anos de carreira desportiva, com efeitos na progressão de carreira e na posição remuneratória.
No terreno tenho encontrado
móbeis justificativos dos esforços que a Comissão tem vindo a desenvolver, sempre de forma discreta, porque creio eficaz, como este fim de semana no Encontro de Esperanças Olímpicas. O entusiasmo e os sonhos daqueles jovens precisam de todo o apoio, de incentivos. Jamais de entraves, de esquecimento ou de vazio. É urgente dignificar as carreiras desportivas.