Falsos génios
O campeonato entrou na segunda metade com as habituais polémicas de sofá, que vão alimentando uma intencional polémica no setor da arbitragem. As eleições na Federação Portuguesa de Futebol aproximam-se, coincidindo com a época em que só o campeão tem acesso direto à Liga dos Campeões. O ambiente causado por esses fatores é uma porta aberta para todos aqueles que têm sede de poder e que, há muito tempo, iniciaram uma campanha de descredibilização de todo o setor da arbitragem. Todas as alterações apresentadas pelo Conselho de Arbitragem nos últimos meses têm sido desvalorizadas e até comparadas com ações políticas no último ano de mandato. A arbitragem não está na sua melhor fase, está a tentar recuperar de um conjunto de más decisões no passado que destruíram todos os alicerces importantes para o desenvolvimento de um árbitro. Não se formam árbitros só com bons equipamentos, boas condições de trabalho e bons salários, muito menos a eliminar a meritocracia como fator decisivo para a progressão na carreira. A ilusão de criar árbitros à imagem de uma qualquer referência do passado foi um fracasso e quase destruiu o setor. O importante era serem bons, mas nunca melhores que a imagem refletida no espelho de um qualquer autointitulado ‘génio’ da arbitragem. Até às eleições, estejam atentos ao desfile dos hipotéticos ‘génios’, que, ao esfregar a lâmpada mágica, farão desaparecer todos os erros e os problemas da arbitragem. A realidade é bem diferente, a arbitragem é feita de humanos e erros.