Record (Portugal)

A revolta dos abastados

- Vasco Borges Jornalista

Passou-se quase um ano desde que a Premier League acusou o Man. City de 115 alegadas infrações das regras de fair-play financeiro. O caso voltou a vir à tona esta semana, por conta da troca de palavras entre o presidente da UEFA, Aleksandr Ceferin, e o treinador dos citizens, Pep Guardiola [ver pág. 24] sobre se o clube já deveria, ou não, estar a enfrentar um castigo. O catalão pediu respeito por um processo que está na Justiça e ainda não resultou em condenação. Argumento válido.

Menos sorte teve o Everton, que numa questão de semanas, foi acusado, julgado e castigado com a perda de 10 pontos na liga. Os toffees apresentar­am recurso, e lutam pela revogação do castigo, mas vão sofrendo as consequênc­ias enquanto não há uma decisão definitiva. A celeridade no processo do Everton seria de aplaudir, mas, pior que uma justiça lenta, é a que tem dois pesos e duas medidas.

Guardiola pode estar chateado,

mas não com Ceferin. Porque a acusação ao Man. City põe, por si só, em causa todo o trabalho que realizou nos últimos oito anos. Porque utilizar recursos infindávei­s contra a concorrênc­ia que tem de gerir receitas e gastos com pinças, é um ataque ao futebol que tantas vezes se preocupa em defender.

Ceferin também , porque as regras de fair-play financeiro, que a UEFA introduziu em 2011, continuam a falhar o seu propósito: o de diminuir o fosso entre ricos – os que podem obter receitas ilimitadas – e o resto do Mundo.

PEP GUARDIOLA NÃO GOSTOU DA ACUSAÇÃO DE CEFERIN AO CITY, ESQUECENDO-SE QUE TAMBÉM ELE É VÍTIMA

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