“Uma falta de respeito pelos sócios”
O candidato rebateu as graves acusações que lhe foram dirigidas pelo atual presidente do FC Porto
Pinto da Costa, Sérgio Conceição, Super Dragões e muito mais. Com a elevação que lhe é conhecida, André Villas-Boas não deixou pergunta sem resposta na cerimónia que confirmou a notícia avançada por Record a dar conta das propostas de António Tavares e Angelino Ferreira para presidentes, respetivamente, da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar na sua lista de candidatura à presidência do FC Porto. As acusações que o atual líder dos dragões lhe dirigiu recentemente foram um dos temas lançados ao candidato e a resposta saiu diretamente da alma, sem qualquer tipo de desvio. “Entrar num bate-boca dessa natureza não valoriza o FC Porto, nem a campanha. Sinto a força e vontade de mudança dos associados. Dizer que sou suportado por inimigos ou comunicação social do sul ou Lisboa é falso e uma falta de respeito pelos associados que marcam presença hoje [ontem], ontem [anteontem] e na apresentação. A minha candidatura marca-se por um debate de ideias, sobre sustentabilidade financeira e capacidade de vencer no futuro.
Não vou debater retóricas de passado que já há muito foram ultrapassadas”, devolveu Villas-Boas, acusado por Pinto da Costa de ter trocado a cadeira de sonho por dinheiro e de a sua candidatura ser apoiada por “inimigos” do clube. Nesta como noutras intervenções recebeu fortes aplausos dos presentes. O mesmo se verificou quando elogiou o trabalho de eleição de Pinto da Costa, que ofereceu ao FC Porto uma dimensão mundial. “Só ele saberá os seus timings”, afirmou ainda Villas-Boas, quando confrontado sobre a possibilidade de o atual líder não avançar para aquela que será a 16ª candidatura à presidência. E, no caso de ser eleito, Villas-Boas reservará alguma cadeira de sonho para Pinto da Costa? “Desconheço se será meu opositor ou não, mas é o presidente mais titulado do mundo e será respeitado como o presidente dos presidentes do FC Porto”, vincou para receber nova ovação, antes de terminar sobre o tema, na resposta ao que mudou de há uns anos para cá, ao ponto de se ter tornado num possível adversário eleitoral de Pinto da Costa: “Foi a queda da gestão e do modelo operacional que agora é disfuncional. Temos visto um deteriorar da situação desportiva e financeira do FC Porto, um distanciamento da vida associativa, na forma como sentem e vivem o clube. É isso que me leva a apresentar a minha candidatura.” Neste momento, a cerca de três meses das eleições, a grande maioria dos sócios e adeptos portistas querem perceber o posicionamento da Villas-Boas perante Sérgio Conceição, mas o candidato mantém-se resguardado neste tema, até porque não quer ser disruptor. “Tenho confiança plena no Sérgio Conceição como portista, que sabe viver o FC Porto e lidera a equipa para mantê-la focada no projeto desportivo”, disse, adicionando: “Estamos a meio da época, vamos ter Champions em breve. Quero trazer tranquilidade e partilhar visão. Sentar-me-ei com o treinador para entender a visão do futuro do clube quando lá chegar.” Sobre a relação com as claques, outro dos temas quentes da atualidade portista, André Villas-Boas rematou assim: “Alguns sócios e casas do FC Porto queixam-se de estrangulamento de bilhetes, nomeadamente para os jogos fora de casa. Queremos servir todos os associados de forma equitativa, mas só quando lá chegarmos é que perceberemos isso e porque há esse desentendimento com outros associados.”
*
“CONCEIÇÃO? SENTAR-ME-EI COM O TREINADOR PARA ENTENDER A VISÃO DO FUTURO DO CLUBE QUANDO LÁ CHEGAR”, DISSE