Record (Portugal)

“SELEÇÃO? A MIM SÓ ME CABE TRABALHAR”

Estreou-se há um ano pelo Frankfurt, após meia época de espera devido a uma grave lesão, e é hoje um indiscutív­el no clube alemão. Aos 26 anos, o lateral luso assume o desejo de ser internacio­nal A, mas foca-se naquilo que pode controlar

- VASCO BORGES

Atingiu recentemen­te a marca dos 50 jogos pelo Frankfurt. O que significa para si?

AURÉLIO BUTA – Fico muito feliz por chegar aos 50 jogos. A minha passagem pelo Eintracht Frankfurt não começou da melhor maneira, porque cheguei com uma lesão grave, mas desde que comecei a jogar tenho estado bem. Parece que passou a voar e é muito gratifican­te estar a jogar, após ter passado por algumas lesões graves no passado, e chegar a esta marca redonda tão rápido.

A adaptação foi mais difícil por ter chegado lesionado?

AB - Quando chegas a um clube novo, há sempre a ambição de jogar e de querer mostrar trabalho. E eu passei seis ou sete meses sem jogar... os primeiros quatro ou cinco meses só a fazer a trabalho de ginásio. Foi difícil, mas tive muita ajuda do departamen­to médico e de todo o staff. Deixaram-me à vontade para recuperar bem e voltar da melhor maneira.

Quando finalmente se estreia após a lesão, acaba por se impor com rapidez na equipa. Esperava que fosse assim ?

AB - Sinceramen­te, não estava à espera que fosse tão rápido. Mas as oportunida­des surgiram e acho que mostrei que estava pronto para a jogar. Vindo de uma lesão tão grave, de quase um ano sem jogar, não contava entrar logo na equipa. Mas felizmente, integrei-me bem e o processo foi fácil. O facto de termos muitos jogos, e muitos treinos claro, também ajudou a ambientar-me.

O Eintracht Frankfurt está perto dos lugares de acesso à Liga dos Campeões e também no playoff da Liga Conferênci­a. Quais são os objetivos?

AB - Temos um grupo forte. Jovem, mas com muita qualidade. Temos essa ambição de chegar aos quatro primeiros lugares e conseguir o acesso à Champions da próxima época. Na Liga Conferênci­a, queremos chegar o mais longe possível e, quem sabe, atingir a final. Sabemos que é jogo a jogo e que temos de mostrar o nosso futebol dentro de campo para chegarmos onde queremos.

Um dos pontos altos da época foi a goleada (5-1) ao Bayern em dezembro, com o Buta em bom plano. Qual foi o segredo?

AB - Correu tudo bem. Vínhamos numa sequência de quatro derrotas e queríamos mostrar o nosso valor. Sabíamos que o Bayern é um clube grande na Alemanha e a nível mundial, com uma equipa muito forte e jogadores de enorme qualidade. Mas, em campo, entramos sempre para dar o nosso melhor e ganhar. Jogámos olhos nos olhos e estivemos à altura. Foi um jogo perfeito, para mais tarde recordar... o resultado fala por si! O Frankfurt já mostrou que consegue bater o Bayern e qualquer outra equipa.

Roberto Martínez já se referiu a si como estando no lote de “selecionáv­eis”. A chamada à Seleção Nacional é um objetivo a curto prazo?

AB - Trabalho para poder estar bem e, quem sabe, ser uma opção para a Seleção no futuro. Mas não é algo que alimente muito. As coisas, se tiverem de acontecer, surgem com naturalida­de. A mim, cabe-me dar o máximo.

Acha que pode entrar nas contas para o Euro’2024, que se vai jogar aí na Alemanha?

AB - Depende das minhas prestações

“NOS PRIMEIROS MESES SÓ FIZ TRABALHO DE GINÁSIO. NÃO FOI FÁCIL, MAS ESTAVA PRONTO QUANDO A CHANCE SURGIU”

e de muitos outros fatores. É como disse, não me pressiono sobre isso. Só me cabe trabalhar.

Tendo contrato com o Eintracht Frankfurt até 2026, que planos faz para o futuro?

AB - Quero estar bem e conseguir ajudar o clube. O contrato é até 2026 e trabalho, sobretudo, para poder fazer o máximo de jogos. Claro que também tenho outras ambições. Desde pequeno que olho para a Premier League como sendo uma das melhores ligas, o sítio onde qualquer futebolist­a quer jogar. E claro que tenho a ambição de um dia poder chegar lá.

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