ÁGUIA CENTENÁRIA GUIA PARA O TÍTULO
Conceição Guerra vibra com o Benfica e lamenta derrota na Allianz Cup, mas acredita no título
A partir de certa idade, a renovação da carta de condução torna-se numa dor de cabeça para muitas pessoas. Mas esse não é o caso de Conceição Guerra, que celebrou recentemente 100 anos, revalidou a carta e continua a manter as rotinas, nomeadamente ao volante. A benfiquista, que reside na localidade da Granja, perto de Leiria, tinha colocado na agenda a possibilidade de assistir à final de hoje da Allianz Cup, mas a eliminação das águias pelo Estoril nos penáltis, após o 1-1 nos 90’, não permitiu a concretização do desejo. Assim, à imagem de Roger Schmidt, já aponta baterias à revalidação do título. “Fiquei muito triste por não irmos à final da Taça da Liga. Não estava mesmo à espera, ainda por cima porque era aqui perto de casa. Jogámos bem, mas nem sempre se pode ganhar”, diz a fervorosa adepta, que faz mira às restantes competições, especialmente à Liga Betclic. “A equipa está a jogar bem, somos os campeões e, mesmo que seja difícil, acredito que vamos ganhar o campeonato”, assume a centenária, que herdou do marido a paixão pelo Benfica.
“O meu marido era benfiquista e eu não tinha clube, porque nasci em 1924 e naquele tempo não havia futebol na televisão, nem tínhamos liberdade para passear. Foi só quando casei que me interessei pela bola”, relembra a leiriense, que na infância teve de fazer “muitos quilómetros de bicicleta” para auxiliar os pais no trabalho, o que ajuda a explicar a boa forma que ainda exibe e que lhe permite conduzir, em segurança, pelas estradas do concelho e “às vezes até à Vieira de Leiria!” “Na minha idade, já começo a ter menos visão. Nunca pensei chegar aos 100 anos de vida, mas sinto-me com força. Costumo dizer que boa só tenho a cabeça. Já o resto...”, brinca D. Conceição, uma orgulhosa benfiquista, que guia a caminho do maior título que pode almejar: uma vida longa e repleta. De preferência, com maior número de títulos das águias a coroar um trajeto que se deseja o mais longo possível.
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“O MEU MARIDO ERA BENFIQUISTA E EU NÃO TINHA CLUBE, PORQUE NASCI EM 1924 E NÃO HAVIA FUTEBOL NA TELEVISÃO”, LEMBRA