Protótipo de prosperidade à custa de leões e dragões
O modelo de negócio e gestão desportiva do Famalicão é um verdadeiro caso de estudo pelo tremendo sucesso que a SAD minhota tem vindo a patentear ao longo das últimas épocas em todas as vertentes, mas sobretudo pelos estupendos reflexos financeiros da política implementada pelo presidente Miguel Ribeiro.
Contas feitas, o Famalicão está a cumprir a sua 5ª temporada consecutiva no nosso principal escalão e, durante este período, já amealhou mais de 75 milhões de euros só com a venda de jogadores. Um número impressionante, atendendo à dimensão do Famalicão e que ganha ainda mais relevo quando tanto se discute sobre a sustentabilidade financeira. Predicados comprovados com mais um balanço positivo deste mercado de inverno, sendo que o quadro que apresentamos atesta o Sporting e o FC Porto como os principais clientes dos famalicenses. Ugarte foi o jogador que proporcionou o maior bolo financeiro ao Famalicão, ele que deixou o Minho para rumar ao Sporting, em 2021/22. Hoje está no PSG e, globalmente, rendeu 26,5 M€ ao Famalicão. Pote é outro jogador que fez a viagem até Alvalade. Já o FC Porto recrutou, nesta janela de inverno, o central Otávio por 12 M€, sendo que no passado recente os dragões já tinham investido em Iván Jaime e Toni Martínez. O segredo deste retorno resume-se a aquisições acessíveis e a vendas muito acima do investimento inicial. É o exemplo que todos os clubes que não têm aspirações a conquistar o título de campeão nacional tentam replicar. Mas o passo mais difícil deste protótipo de prosperidade está em conciliar toda a engrenagem com equilíbrio desportivo, na certeza de que não é fácil descobrir e lapidar os diamantes que mais tarde vão despertar a cobiça de outros emblemas.
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