Record (Portugal)

Novo ano, velhos hábitos

- CARTÃO BRANCO Luciano Gonçalves Presidente da APAF

Os antigos já diziam “ano novo, vida nova”, mas há exceções e algumas são intoleráve­is. Nos últimos dias de janeiro regressara­m os episódios de agressões a árbitros, neste caso, por parte de jogadores no Algarve em Aveiro e recentemen­te também na Horta. São acontecime­ntos inaceitáve­is e que mostram a falta de cultura desportiva existente numa grande fatia daqueles que estão ligados ao chamado desporto-rei.

A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF),

da qual sou presidente, tem alertado para a necessidad­e de decisões céleres, quanto à aplicação de sanções. A propósito elogio a Autoridade para Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) que tem mostrado competênci­a e celeridade, e isso deve-se ao trabalho de excelência do presidente Rodrigo Cavaleiro e de toda a equipa. Está a fazer a sua parte, sendo ao mesmo tempo importante parceiro da APAF e da Confederaç­ão das Associaçõe­s de Juízes e Árbitros de Portugal (CAJAP). As agressões a árbitros assentam numa enorme falta de respeito pelo outro e numa total incapacida­de para respeitar os valores da ética e do fair-play. Qualquer agressão registada em recintos desportivo­s em geral e a árbitros em concreto é naturalmen­te um acontecime­nto dissuasor para muitos jovens e respetivos pais e/ou encarregad­os de educação enveredare­m por uma ligação ao desporto, como atleta, treinador, dirigente e até adepto. Quem não se identifica com atos de violência, afasta-se.

Ou seja, quando alguém agride um árbitro

está a contribuir de forma amplamente negativa para o descrédito da atividade desportiva perante a sociedade em geral. Esta parece-me uma linha de pensamento coerente, justa e honesta, mas infelizmen­te há alguns energúmeno­s que teimam em seguir por caminhos desviantes. As pessoas de bem dispensam os arruaceiro­s e mal-educados da prática da atividade desportiva.

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