Record (Portugal)

O FESTIVAL DE CANTO ACABOU FORA DE TOM

Dragões com dois golos anulados na 1.ª parte, esbarrando depois na muralha rioavista

- CRÓNICA DE ANDRÉ GONÇALVES

O primeiro nulo do FC Porto nesta edição da Liga Betclic trava a sequência vitoriosa e bastante convincent­e que os dragões estavam a construir desde o empate no Bessa, no arranque de 2024. Ontem, até foram descoberto­s os caminhos para a baliza vila-condense, à guarda de Jhonatan e de uma muralha defensiva que não ruiu, tanto através da bola corrida como da bola parada. Aliás, o FC Porto deu um autêntico festival de cantos, com 23 (!), mas sem ter conseguido tirar proveito dessas situações específica­s, nem mesmo quando Alan Varela arriscou bater direto à baliza. Sérgio Conceição apresentou o onze expectável, dentro do modelo de jogo que tem sido habitual nas últimas semanas e com reflexos prematuros no desenrolar do encontro, pela forma como a equipa portista pegou nas rédeas e encostou o rival ao seu terço defensivo: houve um penálti para o FC Porto que foi revertido com recurso ao monitor logo aos 3’; pouco depois, os portistas gritavam golo de Galeno, mas foi invalidado por fora-de-jogo milimétric­o.

O Rio Ave organizava-se defensivam­ente num 5x4x1, um bloco que, sendo coeso, não deixou de permitir espaços para a criativida­de portista ganhar asas. Sobretudo na 1ª parte, quando se viu uma circulação de bola mais rápida e certeira entre os azuis e brancos, com Pepê não raras vezes a vir buscar jogo mais atrás, com Nico e Varela a envolverem-se bem no processo ofensivo e com Francisco Conceição a explorar a sua capacidade de provocar desequilíb­rios a partir da direita. A finalizaçã­o portista falhou, a defesa rioavista acertou e ainda houve um segundo golo anulado, aos 40’. Na 2ª parte, o FC Porto manteve a toada de domínio total, com Luís Freire a mexer na sua equipa e a lançar um segundo avançado. Não se pode dizer que tenha sido uma opção lucrativa, no sentido em que isso não significou um Rio Ave mais ameaçador na etapa complement­ar – aliás, dos 4 remates em todo o jogo, só um, de João Teixeira (14’) é que foi realmente perigoso –, mas o Rio Ave lá conseguiu tornar-se mais coeso ainda, juntando um pouco mais as linhas e dificultan­do o processo criativo contrário. Os dragões encostaram totalmente o Rio Ave lá atrás, mas faltou-lhes algum rasgo para derrubar a muralha e, aqui a ali, surgiram opções precipitad­as. Os remates acumularam-se em catadupa, é verdade, mas só por duas vezes saíram enquadrado­s com a baliza de Jhonatan, que não falhou ao ser testado por Alan Varela já no período de compensaçã­o.

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