FOI MUITO MAU
Lobos derrotados pela ‘modesta’ Bélgica no primeiro encontro após o histórico Mundial
çNão há justificação para a forma como Portugal perdeu ontem na Bélgica, por 10-6, no encontro inaugural do Europe Championship’2024. No primeiro duelo após o sonho do Mundial, frente ao 29º classificado da World Rugby, a seleção portuguesa (13ª) foi uma sombra do que mostrou no França’2023 e saiu de Mons derrotada pelos ‘diabos vermelhos’ que, diga-se, justificaram a vitória pela entrega e coração colocados em campo, mas continuam a léguas da qualidade técnica dos portugueses. Inusitadamente, o marcador ficou fechado pouco depois da meia hora de jogo, quando Hugo Aubry concretizou a segunda penalidade (4’ e 32’) portuguesa e reduziu para 10-6, após o ensaio belga de Hugo de Francq (7’), transformado por Florian Remue, que somou também uma penalidade (30’). Depois, a Bélgica aplicou na perfeição o seu plano de jogo defensivo e Portugal quase nunca conseguiu imprimir a velocidade de que tanto gosta. Na única vez que ‘cheirou’ a França’2023, os belgas impediram, com bravura, ensaios a João Granate e Rodrigo Marta no mesmo lance (68’).
A oportunidade devia ter impulsionado a Seleção para um último fôlego, em busca da vitória, mas, ao invés, o jogo acabou com os belgas instalados na área de 22 metros portuguesa. Não fizeram mais mossa porque, de facto, não têm qualidade técnica para isso e só as ‘roscas’ (incluindo as que entraram) de Florian Remue, em pelo menos três pontapés, permitiram aos Lobos salvar o ponto de bónus defensivo que ainda mantém em aberto a luta pelo primeiro lugar no Grupo B. “Sinceramente, é uma lição, mas não levamos daqui nada positivo”, desabafou, de rosto fechado, o treinador João Mirra, na zona de entrevistas rápidas. Parco em palavras, frisou que “não é hora de falar, mas sim de agir”. Já o capitão Tomás Appleton fez ‘mea culpa’ em nome dos 3/4s: “Os avançados têm de trabalhar um pouco melhor em todo o campo, não só nas fases estáticas, mas o problema esteve nas linhas atrasadas e temos de assumir essa responsabilidade”.
*
“SINCERAMENTE É UMA LIÇÃO. NÃO LEVAMOS DAQUI NADA POSITIVO...”, DESABAFOU O TÉCNICO JOÃO MIRRA