HÁ 154 M€ NA BASE DE TODA A DISCÓRDIA
Na origem desta reação está a atribuição de suplementos à Polícia Judiciária
A guerra aberta entre os agentes da PSP e GNR com o governo começou com a atribuição de suplementos de turno, piquete e risco à Polícia Judiciária (PJ). Os elementos das restantes forças de segurança defendem que têm responsabilidades similares e, dessa forma, exigem a mesma compensação. O governo empurra a eventual atualização para o novo executivo, pois o atual encontra-se em gestão até ao próximo ato eleitoral que, recorde-se, está agendado para o dia 10 de março.
À partida, de acordo com os cálculos do Ministério da Administração Interna (MAI), o pagamento destes suplementos a todas as forças de segurança implica um custo anual de 154 milhões de euros. “O governo não podia ter feito mais do que fez até agora, a legislatura foi interrompida. Estava em curso um conjunto de negociações com sindicatos, relativo a questões de higiene, saúde e segurança no trabalho, gratificações, suplementos, revistos em 2009. Não temos legitimidade política para tomar uma decisão nas próximas cinco semanas, devido às eleições legislativas”, garantiu José Luís Carneiro. Certo é que todas as forças políticas parecem concordar em uniformizar todas as forças de segurança, mas dificilmente esta atualização salarial vai ocorrer antes da tomada de posse do novo executivo. Na última semana, a disponibilização de 200 M€ de apoio aos agricultores veio aumentar a insatisfação das forças policiais, que sentem estar a ser permanentemente esquecidas. O ministro lembra que a verba prometida pelo Ministério da Agricultura é “uma medida excecional” que não terá impacto nas contas do orçamento do Estado.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Santos, também coloca em causa estas contas e volta a pedir ao governo que retome as conversações. “Nós precisamos que o problema seja resolvido. A manifestação espontânea ocorrida diante do MAI mostra o alinhamento e a solidariedade dos agentes nesta luta”, assegura o sindicalista.
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A DISPONIBILIZAÇÃO DA VERBA DE 200 M€ AOS AGRICULTORES VEIO ACENTUAR A INSATISFAÇÃO DOS AGENTES DA PSP E GNR