O clube dos ricos e o seu modelo de negócio
APESAR DE 13 DOS 20 EMBLEMAS QUE MAIS RECEITAS GERAM A NÍVEL MUNDIAL TEREM REPORTADO RECORDES, A VERDADE É QUE EM BREVE SERÁ PRECISO ‘FAZER’ DINHEIRO DE OUTRA FORMA
Foi divulgada recentemente a 27ª edição da Deloitte Football Money League, revelando a lista dos clubes que mais receitas geram no futebol mundial e onde o valor acumulado por esses 20 clubes ultrapassa pela primeira vez os 10 mil milhões de euros. Olhando para a lista, verificamos que 13 dos 20 principais clubes registaram receitas recorde na sua história, já que a pandemia está definitivamente para trás e o desejo dos adeptos experienciarem futebol ao vivo nos estádios está em alta.
Os clubes desta lista reportaram um aumento modesto nas receitas de transmissão de ape- nas 5%, parecendo indicar que esta variável estagnou e atingiu o limite máximo da sua capacidade de gerar receitas no atual modelo de negócios em vigor. A receita média de transmissão destes clubes aumentou de 208 para 243 milhões de euros, impulsionada significativamente por um aumento de cerca de 30% no valor da transmissão internacional da Premier League.
Os principais clubes europeus reportaram assim uma receita média anual superior a 500 milhões de euros com as receitas comerciais e de transmissão contribuindo com montantes semelhantes de 222 milhões de euros (42%) e 213 milhões de euros (40%), respetivamente, seguidas pelas receitas de bilheteira de 93 milhões de euros (18%).
No topo vemos que Real Madrid eclipsou o Manchester City e tornou-se no clube de futebol com maior volume de receitas em 2022/23 com receitas recorde de 831 milhões de euros, um aumento de 118 milhões de euros em relação ao ano anterior. Nesta lista seguem os habituais clubes pertencentes às Five Big Leagues, incluindo clubes espanhóis (Real Madrid, Barcelona e At. Madrid), ingleses (Man. City, Man. United, Liverpool, Arsenal, Tottenham, Chelsea, Newcastle e West Ham), italianos (Juventus, AC Milan, Inter e Nápoles), alemães (B. Munique, B. Dortmund, E. Frankfurt) e franceses (PSG e Marselha). O Benfica fica à porta deste clube restrito ocupando a 22ª posição com 233 milhões de euros de receitas.
OsresultadosdesteanodaDeloitteFootballMoneyLeague são consistentes com a evolução dos últimos anos. Apesar de algumas oscilações e entradas e saídas de clubes, as fontes de receitas e o seu peso mantêm-se sensivelmente os mesmos, mas parece, agora chegar ao seu ponto mais alto de desenvolvimento. Nos próximos anos existem quatro fatores que podem alterar a composição e o volume de receitas desta lista: o surgimento da Superliga ou desenvolvimento da Liga dos Campeões, a transferência das receitas de transmissão televisiva dos operadores tradicionais para os novos serviços de streaming, a adoção e monetização de novas tecnologias e a capacidade de gerar novas receitas fora do espetro atual dos negócios do futebol.
O BENFICA SURGE NA 22ª POSIÇÃO DA LISTA, COM 233 MILHÕES
DE EUROS DE RECEITA