Record (Portugal)

“Os 88% permitem fazer muito sem perder controlo da SAD”

Líder da MAG abre via à entrada de investidor minoritári­o, após AG que confirmou passo histórico

- FILIPE BALREIRA

Numa invulgar reunião magna que durou... 45 minutos (começou às 18h00 e terminou às 18h45), a administra­ção do Sporting recebeu luz verde da Assembleia Geral da SAD de modo a avançar (até ao final do ano) para um empréstimo obrigacion­ista de até 50 milhões de euros e consumar (entre amanhã e o próximo dia 15) a conversão dos VMOC recomprado­s ao Novo Banco. “É uma AG histórica, o fim de um longo capítulo, onde tudo termina da melhor maneira”, antecipava Frederico Varandas, minutos antes da AG, em declaraçõe­s à Sporting TV, sobre o passo que permitirá ao clube passar a deter 88% do capital da SAD (contra os atuais 84%).

Na assembçlei­a realizada ontem no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, os 3 pontos da ordem de trabalhos foram aprovados por 99,98%, numa votação que contou com 13 acionistas. O debate centrou-se na recompra dos VMOC que, consumando o aumento de capital dos 150 M€ para os 202 milhões de euros, 88% dos quais controlado­s pelo Sporting, abre via à entrada de um investidor minoritári­o. O Chelsea é um dos interessad­os e ontem Bernardo Ayala, presidente da MAG da SAD, deixou essa porta aberta.

“Há uma margem que o Sporting passou a ter de utilização de todo o seu capital, designadam­ente na busca de um investidor estratégic­o, sem que o clube perca o controlo da SAD. Os 88% permitem fazer muita coisa, sem perder o controlo da SAD”, sublinhou Ayala. De resto, segundo o líder da MAG, a mais recente recompra de VMOC ao Novo Banco, em dezembro passado, já após uma situação semelhante em relação ao Millennium BCP, deixa o leão “totalmente liberto de dívida a bancos” nacionais. “É um facto importante e que dá uma agilidade de gestão que não tinha até agora. É um passo que permite ponderar um conjunto de operações estratégic­as para o futuro”, admitiu, frisando que é necessário aguardar pelas próximas decisões da direção de Frederico Varandas.

Encaixe não segura pérolas

Na AG de ontem foi ainda aprovado o recurso a um empréstimo obrigacion­ista de até 50 M€, com o objetivo de preparar de forma atempada o reembolso da operação lançada em novembro de 2021 e que vence justamente no final deste ano (tendo resultado num encaixe de 40 milhões de euros). Também tendo isso em conta, Bernardo Ayala explicou que o novo financiame­nto não servirá para um avultado investimen­to no plantel do futebol profission­al ou como forma de blindar as principais figuras.

“Não serve para esse propósito. O valor de 50 milhões destina-se a gestão corrente da SAD, a cumprir alguma tranquilid­ade de tesouraria e não usar esse valor para aquisições ou segurar jogadores”, esclareceu o líder da MAG, concluindo que o novo encaixe permitirá “gestão mais equilibrad­a do plantel” e “investimen­to logístico no estádio”.

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ACIONISTAS APROVARAM ONTEM EM AG OPERAÇÃO DE RECOMPRA DOS VMOC E VALIDARAM EMPRÉSTIMO OBRIGACION­ISTA

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