Record (Portugal)

BERNAT SEGUE MALDIÇÃO NAS ÁGUIAS

Na última década muitos foram os jogadores cedidos que não se afirmaram, com a exceção a ser Mitroglou

- NUNO MIGUEL FERREIRA E RAFAEL SOARES

çCom apenas 6 jogos disputados pelo Benfica – foi titular em metade –, Bernat já sabe que não vai dar o seu contributo, pelo menos, por mais 8 semanas devido a uma pubalgia, tendo sido operado em Bordéus. Gonçalo Guedes já deixou a Luz ao fim de 14 jogos (e apenas 2 como titular) para rumar ao Villarreal, à procura de mais oportunida­des. Eis os registos modestos dos 2 jogadores que o Benfica contratou por empréstimo para esta temporada, em linha com a tendência na Luz. Ao longo das últimas 10 épocas, o Benfica tem sempre contado com jogadores cedidos, mas nenhum se afirmou como um elemento-chave, muitos nem sequer tiveram muitas chances e alguns acabaram por sair mais cedo. Só há mesmo uma exceção: Mitroglou, que foi decisivo para a conquista de um campeonato. Mas já lá vamos.

Já na era Roger Schmidt, os encarnados contratara­m um campeão do Mundo a título de empréstimo. O alemão Draxler chegou por empréstimo do PSG, mas teve dificuldad­es de afirmação e os problemas físicos complicara­m-lhe ainda mais a vida. O médio ofensivo esteve em 18 jogos, mas foi titular apenas em 8 e na despedida até lamentou não ter conseguido correspond­er às expectativ­as. “Peço desculpa aos adeptos porque não consegui fazer mais pelo clube”, afirmou antes de rumar ao Al Ahli, do Qatar.

Em janeiro chegou um filho da casa. Gonçalo Guedes foi cedido pelo Wolverhamp­ton e entrou em grande com um golo frente ao Santa Clara logo na estreia. No entanto, teve de ser operado duas vezes ao joelho esquerdo e teve menos oportunida­des do que esperaria. Ainda assim, o Benfica acabou por renovar o empréstimo, mas não foi feliz. Passando para 2021/22, chegaram à Luz o defesa-direito Valentino Lázaro e Radonjic, cedidos pelo Inter e Marselha, respetivam­ente. O lateral ainda fez 29 jogos – só Mitrouglou tem mais neste período – pois podia jogar nos dois flancos, ao passo que o sérvio- não se conseguiu impor e foi depois emprestado ao Torino.

Os empréstimo­s mal sucedidos na última década in- cluem ainda nomes como o central Todibo (veio do Bar- celona com 19 anos), os laterais Corchia e Douglas, o médio Danilo Barbosa e os avan- çados Dyego Sousa, Gabigol e Jonathan Rodríguez – este último jogou mais pela equipa B, onde até marcou 7 golos em 6 jogos, mas só cumpriu 4 minutos pela equipa principal.

Sucesso escreve-se em grego

A grande exceção surgiu, então, em 2015/16, com Mitroglou. Provenient­e do Fulham, que já o tinha emprestado em 2014/15 ao Olympiacos, o internacio­nal grego foi o principal parceiro de Jonas no ataque benfiquist­a e apontou 25 golos em 45 partidas. O Benfica sagrou-se campeão e garantiu Mitrouglou em definitivo a troco de 7 milhões de euros. Um investimen­to que teve retorno já que no final da época seguinte, depois de marcar 27 golos em 43 partidas, o avançado foi transferid­o para o Marselha por mais do dobro (15 milhões de euros). Ou seja, além ter sido um empréstimo bem sucedido em termos desportivo­s também foi um negócio interessan­te em termos financeiro­s.

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AVANÇADO GREGO FOI DECISIVO PARA O TÍTULO DE 2015/16 JÁ QUE MARCOU 25 GOLOS E FORMOU DUPLA TEMÍVEL COM JONAS

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 ?? ?? HERÓI. O golo mais especial de Mitrouglou foi apontado ao Sporting, em Alvalade, a 5 de março de 2016, valendo o triunfo (1-0) que abriu as portas do título de campeão aos encarnados então orientados por Rui Vitória, que superou os leões de Jorge Jesus
HERÓI. O golo mais especial de Mitrouglou foi apontado ao Sporting, em Alvalade, a 5 de março de 2016, valendo o triunfo (1-0) que abriu as portas do título de campeão aos encarnados então orientados por Rui Vitória, que superou os leões de Jorge Jesus

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