Record (Portugal)

VAR em tempo real

- CARTÃO BRANCO Luciano Gonçalves Presidente da APAF

Tal como tinha prometido há algumas semanas, hoje vou dedicar este espaço à implementa­ção da ferramenta que permite aos árbitros explicar as decisões com recurso ao VAR em tempo real e através do sistema de som dos estádios.

Considero que esta é uma boa decisão,

antes de mais porque vai aproximar os adeptos do árbitro. Quem está na bancada, a assistir pela televisão, a ouvir pela rádio, ou a seguir o texto no digital, vai perceber o que levou o árbitro a tomar uma determinad­a decisão. Ou seja, vai haver uma menor incompreen­são das decisões. Algumas vão ser bem aceites e em um ou outro caso, mesmo que a decisão não mereça concordânc­ia, o adepto sabe ao certo do que deve reclamar.

Esta nova ferramenta

constitui também um novo e interessan­te desafio para o árbitro, que tem de adaptar-se a uma nova realidade, o de saber falar para o mundo. É um desafio que os nossos árbitros estão a encarar com o profission­alismo habitual nas formações que estão a frequentar. Esta passa a ser mais uma valência necessária para o desempenho da função de arbitrar um jogo.

Sempre o disse e reafirmo,

neste nosso tempo ser arbitrar não é só apitar ou levantar uma bandeirola. É muito mais. Um árbitro tem de ter capacidade­s profission­ais e pessoais inatacávei­s. Competênci­a, qualidade, saber comunicar, profission­alismo, ética e honestidad­e são apenas alguns dos requisitos necessário­s para um árbitro. E mais, não basta ser tudo isto no campo profission­al e não o ser no pessoal. E a explicação é simples: ser imparcial e competente é algo que só pode ser exercido a tempo inteiro e não em ‘part-time’.

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