“Não contem comigo para ser o vendilhão do templo”
Que apelo faz aos sócios neste momento?
PMC – Que apoiem a equipa e acreditem em nós. É evidente que os sócios estão descontentes, ninguém gosta de estar em último lugar – eu também não estou, nem durmo quando perdemos. Mas custa-me verificar que existe, em certos casos, memória muito curta.
Ⓡ No futebol é normal…
PMC – Não sei se é normal. Mas magoa muito. Ver gente que chegou agora ao Belenenses, esteve ausente da vida do clube e não compreende nem quer compreender o que foi feito; ou quem, ao longo dos anos, sempre se associou à B-SAD e esteve contra este caminho, sem vivenciar estas dificuldades, essas eu ainda compreendo. Mais doloroso
“É DOLOROSO VER TUDO POSTO EM CAUSA POR SÓCIOS QUE ANDARAM AO NOSSO LADO NA FRENTE DE BATALHA”
é ver tudo posto em causa por sócios que andaram na frente de batalha, em Trajouce, na Torre, na Musgueira, em campos que não lembravam ao diabo, que agora aparecem a bater forte e feio em toda a gente, esquecendo o percurso efetuado e as dificuldades que passámos. Isso custa muito.
Ⓡ Essa contestação tem efeitos na equipa?
PMC – A equipa não a tem sentido. Nos estádios os adeptos têm sido inexcedíveis. Digo mais: se todos estivermos unidos, como aconteceu em Mafra, por exemplo, na força que emanou das bancadas depois de termos chegado ao empate, vamos sair dos lugares em que nos encontramos. O Belenenses sempre foi um clube democrático e por isso temos de aceitar as críticas, encaixá-las e melhorar com elas. Faz parte da nossa cultura, mesmo que o tempo de o clube ser gerido de fora para dentro já lá vai. Não contem comigo para ser o vendilhão do templo. Não podemos ceder a pressões.
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