“É muito difícil para nós mas vamos até ao fim”
Guardião Ricardo Almeida confessa que, “às vezes, é complicado encontrar motivação para ir treinar”
Com um plantel 100% amador, formado por jovens jogadores trabalhadores e estudantes (a média de idades é de 21,3 anos), o Candoso tem vivido uma época tormentosa. O clube do concelho de Guimarães soma 13 derrotas nos 13 jogos já disputados na Liga Placard, com o registo negativo de 140 golos sofridos e apenas 13 marcados. Um percurso em tudo idêntico ao do FC Azeméis na temporada passada, que chegou ao fim da fase regular com 22 derrotas e 176 golos sofridos. Após uma ascensão meteórica dos distritais até à Liga Placard, o Candoso vive uma época de transição, fruto do desinvestimento levado a cabo após a saída de dois parceiros que integravam o projeto desde o início. “Não havia condições para continuar a atirar dinheiro para um poço sem fundo”, resume o presidente Sérgio Abreu, resignado à nova realidade. Contexto que não surpreendeu os jovens comandados por Óscar Rosas. Num grupo agora formado por 16 atletas, 12 já estão no mercado de trabalho, com profissões diversas, desde as engenharias à área das comunicações, mas também na indústria têxtil ou como mecânico automóvel, como é o caso do guarda-redes Ricardo Almeida. “Ninguém gosta de sofrer tantos golos, é uma realidade. Às vezes fica complicado encontrar motivação para continuar a ir aos treinos, mas, apesar de ser muito difícil para nós, vamos até ao fim porque demos a cara no início da época”, começou por afirmar o
“UNIÃO É ARMA PARA SUPERAR OS MAUS MOMENTOS”, FRISA KIKO, CAPITÃO DE UM PLANTEL 100 POR CENTO AMADOR
guardião de 21 anos. Depois de apontar Taynan como o melhor jogador que já defrontou, Ricardo garante que não tem receio de continuar a ir buscar bolas dentro da baliza: “Apesar de tudo, é um sonho jogar na Liga Placard, muitos gostavam de estar no nosso lugar. Os registos negativos não nos assustam.”
Ainda a estudar, aos 21 anos, Kiko já tem a missão de envergar a braçadeira de capitão. “A carga emocional é enorme. Sabemos que o que estamos a fazer é difícil, sobretudo psicologicamente, mas temos um grande compromisso com o clube. Assumimos a missão independentemente do que viesse a acontecer e não podemos deixar de pensar que há um nome a defender”, disse-nos o ala, frisando que a “união do grupo tem sido a principal arma para superar os maus momentos e os resultados expressivos que sofremos. No fim, levaremos esta aprendizagem, porque mesmo nas dificuldades podemos ficar todos a ganhar”, vincou.
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