Record (Portugal)

Um batatal sem batatas

- PAIXÃO PRAGMÁTICA Mauro Xavier Gestor DUALIDADE DE CRITÉRIOS

Num terreno mais propício a uma medalha de ouro de Diogo Ribeiro do que ao virtuosism­o de Di María, o Benfica cedeu mais dois pontos, depois de uma exibição bastante desinspira­da. Com um onze inicial escolhido sem ter em conta o estado do relvado, Schmidt fez um favor ao adversário e deu 45 minutos de avanço, como mostrou ao corrigir a decisão logo ao intervalo. Felizmente, as entradas de Arthur Cabral e Florentino trouxeram uma lufada de ar fresco à equipa, evidencian­do a importânci­a de vencer os duelos aéreos, dada a dificuldad­e para circular a bola.

Embora a exibição do Benfica tenha estado aquém

do desejado, as declaraçõe­s de Di María sobre os dois pesos e duas medidas que regem o futebol português ressoam junto de qualquer espectador atento.

No início da época, o FC Porto beneficiou

de mais de 20 minutos de tempo adicional, nos jogos contra Arouca e Farense, e o próprio Sporting chegou aos 19 frente ao Casa Pia. Extraordin­ariamente para quem assistiu a estes jogos, na altura tudo levava a crer que, caso não tivessem marcado, disporiam de outros tantos minutos para fazê-lo, em partidas que se tornaram numa espécie de ‘quem marca ganha’, desde que fosse um dos dois principais adversário­s do Benfica a chegar ao golo.

Agora, após uma segunda parte com uma expulsão

ESTA É APENAS MAIS UMA DEMONSTRAÇ­ÃO DA

e sistemátic­as perdas de tempo por parte da equipa da casa, a arbitragem dá seis minutos, cumpridos pelo árbitro com pontualida­de britânica. Para os mais pacientes e otimistas, talvez Luís Godinho estivesse farto da chuva. Para os realistas, esta é apenas mais uma demonstraç­ão da dualidade de critérios que compromete a verdade desportiva no nosso campeonato.

Após o primeiro jogo da época,

escrevi que o futuro campeão nacional dificilmen­te perderia mais de 15 pontos em todo o campeonato. Com este resultado, o Benfica já perdeu 11, ficando com uma margem para errar cada vez menor. No entanto, o caminho para o 39 continua a só depender de nós. O Benfica tem o melhor plantel, os melhores adeptos e já demonstrou ser capaz de praticar o melhor futebol do país. Com 13 jogos pela frente, já só precisamos de treze vitórias para alcançar o principal objetivo da temporada. Por agora, é só nisso que temos de nos focar.

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